A Assembleia Nacional escolheu Cyril Ramaphosa como Presidente da África do Sul, um dia depois de Jacob Zuma ter apresentado a demissão, sob pressão do próprio partido.

Ramaphosa, de 65 anos e eleito no final do ano passado como líder do Congresso Nacional Africano (ANC), era o único candidato para o cargo e contou com o apoio do partido que detém a maioria no Parlamento. Os deputados do partido Combatentes pela Liberdade Económica, de esquerda radical, abandonaram o debate como forma de protesto e exigindo novas eleições.

A África do Sul tem eleições legislativas marcadas para 2019.

Ramaphosa sucede a Zuma, cujos nove anos na presidência ficaram marcados por inúmeras acusações de envolvimento em esquemas de corrupção. Nos últimos anos, Zuma sobreviveu a várias moções de censura, apoiado pela maioria garantida pelo ANC.

Porém, a pressão sobre o Presidente tornou-se insustentável, especialmente depois de Ramaphosa ter chegado à liderança da ANC, derrotando a ex-mulher de Zuma.

Depois de vários dias de negociações, a liderança do partido ameaçou votar a favor de uma moção de censura, caso Zuma não se demitisse por iniciativa própria.

Na breve declaração que dirigiu aos deputados após ser eleito,  Ramaphosa disse que vai trabalhar para "não desapontar os sul-africanos". "As questões que vocês levantaram, questões que têm a ver com corrupção, questões que se prendem com a forma como podemos endireitar as nossas empresas estatais, estão no nosso radar", acrescentou. 

Noutra frente desta guerra aberta à corrupção, o Procurador Geral sul-africano declarou que Ajay Gupta, um dos irmãos acusados na teia de corrupção que envolve o ex-Presidente Zuma, está oficialmente "fugido à justiça". Ajaj não se entregou à polícia depois de ser emitida uma ordem de captura.  

"Fui informado pela minha equipa que o sr. Ajay Gupta é agora um fugitivo à justiça", disse Shaun Abrahams.