Turismo do Porto e Norte lança guia de termas para reforçar procura na época baixa

Publicação reúne 20 balneários de "enquadramentos paisagísticos muito distintos".

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Paulo Ricca

O Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) lançou esta quinta-feira um guia com as 20 estâncias termais do território que pretende reforçar a procura turística e estada média durante a época baixa.

A nova publicação foi apresentada nas Termas de São Jorge, em Santa Maria da Feira, e reúne em 49 páginas 20 balneários de "enquadramentos paisagísticos muito distintos", nos quais se incluem spas termais em salas de estilo clássico-contemporâneo, espaços de ecoturismo que cruzam saúde e natureza, e mesmo estâncias que associam às águas terapêuticas também o alojamento, o golfe e a gastronomia.

Para Melchior Moreira, presidente do TPNP, o novo guia vem assim "reforçar a aposta na promoção de produtos diferenciadores para alavancar o turismo no território durante a época baixa e aumentar a estada média", que, ao nível do segmento bem-estar, é de dois dias e, quando motivada por questões médicas, passa de sete a 14, consoante o subsistema de saúde do cliente.

Em causa está "um produto turístico que tem conquistado cada vez mais adeptos" no Porto e Norte de Portugal, no que terá influência o facto de essa região concentrar o maior número de nascentes com propriedades termais.

Em 2017 as termas motivaram assim 7% da procura global registada nas lojas de Turismo, numa subida de 5% em relação a 2016, sendo que, entre os visitantes que se alojaram na região para usufruir dos seus balneários, 34% eram espanhóis e 16% franceses.

As expectativas de Melchior Moreira quanto ao crescimento do setor também se sustentam na recente "reposição da comparticipação dos tratamentos termais pelo Serviço Nacional de Saúde [SNS]", o que proporcionará a mais utentes o acesso a águas com efeitos terapêuticos comprovados e se revelará, assim, "preponderante para o crescimento do sector em geral e das termas do Norte de Portugal em específico".

Teresa Vieira, presidente da Associação das Termas de Portugal e administradora das Termas de São Jorge, realça que o sector foi sujeito a uma intensa transformação.

"Entre 2009 e 2016 verificaram-se importantes investimentos na modernização de algumas estâncias termais de referência, ressurgiram concessões termais há muito desactivadas e foi criado o novo Balneário Pedagógico de Vidago. O Norte cresceu na oferta de estabelecimentos termais e na frequência do termalismo de bem-estar, que tem sido a alavanca do crescimento em número de clientes", sustentou.

A maior fatia do volume de negócios do sector continua, contudo, a derivar do Termalismo Terapêutico, que mantém aí "uma importância decisiva e representa mais de 80% do total da facturação directa e indirecta".

Nesse contexto, a comunidade sénior é a mais assídua nas termas do Norte, enquanto a população "activa urbana e mais jovem" se vem afirmando como principal cliente de programas de mero bem-estar e relaxamento.

Considerando que também se assiste ao crescimento da frequência infantil e juvenil, essencialmente para tratamento relacionados com problemas respiratórios como rinite, sinusite e asma, Teresa Vieira garante que o negócio só não registou "um real crescimento" devido ao corte que o SNS impôs aos tratamentos médico-termais e espera que essa limitação possa ser "rapidamente ultrapassada", com a reposição das comparticipações prevista no Orçamento de Estado para 2018.

Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal da Feira, diz acompanhar esse dossier "com grande atenção" e assinala que a ligação ao SNS é "essencial para a afirmação do termalismo da região Norte e do próprio país", mas defende que o potencial do sector não se restringe ao usufruto concreto dos seus balneários físicos. "O valor económico das termas transcende a sua actividade directa pelo efeito multiplicador que elas produzem nos territórios onde estão inseridas, nomeadamente em alojamento, restauração, cultura e lazer", indicou.

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