Sporting descongelou ao intervalo

“Leões” chegaram ao final da primeira parte a perder, mas ainda foram a tempo de uma vitória segura em Astana.

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Jogadores do Sporting Reuters/STRINGER
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Jorge Jesus Reuters/STRINGER
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Momento do jogo entre o Astana e o Sporting Reuters/STRINGER
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Doumbia marcou dois golos em Astana, mas um foi anulado Reuters/STRINGER
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Gelson Martins foi um dos mais perigosos do Sporting Reuters/STRINGER

Mais de sete mil quilómetros de distância, diferença horária significativa, viagem durante a noite e, provavelmente com pouco sono, temperatura negativa nos dois dígitos, relvado sintético sem direito a treino de adaptação. Tudo isto pareceu congelar o Sporting, em Astana, durante 45 minutos. Os “leões” foram para o intervalo a perder, mas acabaram por ganhar por 3-1 nesta deslocação à capital do Cazaquistão para a primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa.

O que acabou por ser uma boa vitória para o Sporting levar para o jogo da segunda mão em Alvalade já na próxima quinta-feira, começou com uma exibição frouxa e sonolenta, a fazer lembrar alguém com os fusos horários trocados. E este era o melhor “onze” possível que Jesus apresentava no sintético de Astana, sem Mathieu e Bas Dost, mas com todos os outros. Do outro lado, estava um adversário a começar a sua época, dois meses depois do seu último jogo competitivo e ainda a um mês de se estrear no campeonato cazaque.

O estádio era coberto e a temperatura no seu interior era amena, mas o Sporting parecia estar a jogar em temperaturas negativas, atolado na neve, enquanto o Astana deslizava em campo, sem as amarras habituais de uma equipa ainda em construção. E não foi surpresa para ninguém quando a equipa cazaque se adiantou cedo no marcador. Tudo parado do meio-campo para trás nos “leões”, livre longo de Shitov para a corrida de Tomasov, primeiro toque para tirar Piccini da jogada, segundo para rematar à baliza de Rui Patrício e golo do Astana logo aos 7’.

O golo sofrido seria tudo o que Rui Patrício não queria no dia em que completou 30 anos. Em vez de lhe oferecerem um jogo tranquilo, os seus colegas de campo deram antes várias prendas ao adversário, sempre com espaço para manobrar e criar situações de remate. Alguns saíam ao lado, outros iam parar às mãos do aniversariante, mas este era um bom início para a equipa sem ritmo competitivo orientada por Stoilov, antigo avançado búlgaro do Campomaiorense no tempo em que os jogadores búlgaros eram moda no futebol português.

Aos soluços, o Sporting tentou responder. Gelson Martins e Bruno Fernandes eram os que mais tentavam entre a sonolência generalizada dos “leões”. Aos 17’, foi o antigo médio da Sampdória a colocar a bola na área, um cruzamento que Coates, primeiro, e Bryan Ruiz, depois, quase transformaram no golo do empate. Pouco depois, de pé esquerdo, Fernandes colocou à prova os reflexos do veterano guarda-redes, e Doumbia conseguiu ganhar o flanco para um remate desastrado de Acuña.

O Sporting parecia estar a descongelar, mas era só uma aparência porque, aos 32’, foi o aniversariante do dia a devolver dois remates perigosos no mesmo segundo, de Twumasi e Despotovic, depois de mais uma oferta da defesa.

Os “leões” responderam com um golo aos 40’, de Doumbia após um canto de Bruno Fernandes e um primeiro remate de Coates, mas o árbitro anulou porque terá visto alguma irregularidade não perceptível. Doumbia não estava em fora-de-jogo e não parece haver falta de ninguém do Sporting, mas alguma coisa alguém terá visto para que, pelo segundo jogo consecutivo, o avançado costa-marfinense do Sporting tivesse de rebobinar nos festejos de um golo.

O que quer que Jesus tenha dito ao intervalo, resultou, porque os “leões” entraram transfigurados na segunda parte, como se tivessem levado uma dose de calor no microondas. Logo a arrancar a segunda parte, penálti a favor do Sporting por mão na bola de um defesa do Astana e Bruno Fernandes, na conversão do castigo, fez o empate. Aos 50’, Gelson Martins concretizou a reviravolta após depois de uma grande jogada de Acuña, e, aos 56’, Doumbia finalmente entrou para as contas do jogo, espantando a maldição dos golos mal anulados.

O Sporting podia ter marcado mais e podia ter ficado ainda mais tranquilo na eliminatória e com mais margem de manobra para fazer gestão de recursos num mês carregadíssimo – a segunda mão é já na próxima semana, entre viagem a Tondela e recepção ao Moreirense. Mas frente a este adversário, parece mais que suficiente.

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