Unilever ameaça retirar publicidade da Google e do Facebook

O segundo maior anunciante mundial exige transparência e ética no digital e acusa as plataformas digitais de serem um "pântano".

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Plataformas digitais terão de ser responsáveis se quiserem continuar a ser palco da publicidade da multinacional Reuters/DADO RUVIC

A multinacional Unilever está a estudar a possibilidade de deixar de anunciar em plataformas digitais como o Facebook e o Google, caso estas continuem a fomentar a divisão, a dar voz ao ódio ou a falhar em matéria de protecção de crianças. O segundo maior anunciante a nível mundial deu a conhecer a sua intenção durante a conferência anual de Publicidade Interactiva em Palm Desert, na Califórnia, esta segunda-feira.

No discurso do director de marketing global da multinacional, Keith Weed, a empresa garantiu que “não investirá em plataformas ou ambientes que não protejam os nossos filhos ou que criem divisão na sociedade e promovam a raiva ou o ódio”, noticiou o Financial Times.

“Vamos dar prioridade apenas a plataformas responsáveis que estão empenhadas na criação de um impacto positivo na sociedade”, acrescenta o discurso, citado pelo Financial Times. “Não podemos continuar a apoiar uma cadeia de fornecedores digitais que distribui mais de um quarto da nossa publicidade dirigida aos consumidores e que, normalmente, é tão transparente quanto um pântano”, declara o responsável máximo pelo marketing da Unilever.

Weed irá ainda pedir à indústria que "não se deixe levar pela maré” e apela a que esta lute contra a erosão da confiança online. A multinacional tem vindo a pressionar os grupos digitais para garantir que os anúncios são visionados por pessoas reais. O gigante detentor de marcas como a Dove, Axe ou a maionese Hellman's investiu 7,7 mil milhões de euros em marketing no ano passado.

A Unilever segue atrás da concorrente Procter&Gamble na lista de maiores anunciantes do mundo. Também esta segunda-feira, Keith Weed foi nomeado pela World Federation of Advertisers e pela revista Campaign para director de marketing global do ano. O prémio reconhece "os comerciantes que impulsionam o marketing mais eficaz e sustentável".

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