FC Porto tenta replicar proeza do Benfica frente ao Liverpool

Pela sexta vez os “reds” passaram a fase de grupos da Champions. Até agora, só uma equipa conseguiu travar os britânicos nos oitavos-de-final.

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Ter Sp. Braga, Sporting, D. Chaves e Liverpool como adversários em 11 dias, fazia da primeira metade do mês de Fevereiro um teste de grau de dificuldade muito elevado para o FC Porto, mas para já a equipa de Sérgio Conceição tem superado os obstáculos com distinção. Após vencerem bracarenses, lisboetas e flavienses com um total de oito golos marcados e apenas um sofrido, os “azuis e brancos” terão hoje, no Estádio do Dragão, o primeiro de dois duelos com o desconcertante Liverpool que, nas cinco vezes que disputou os oitavos-de-final da Liga dos Campeões no formato actual, apenas por uma vez não se qualificou: em 2005-06, frente ao Benfica, quando defendia o título de campeão europeu.

Desde que em 2003-04, época em que o FC Porto venceu a competição, a fase de grupos da Liga dos Campeões passou a ser disputada por 32 clubes, o Liverpool conta com meia dúzia de presenças entre os 16 melhores. No ano seguinte aos “dragões” ganharem a prova, a equipa de Anfield, comandada por Rafa Benitez, conquistou o seu quinto título europeu, numa das finais mais espectaculares da “Champions”: o AC Milan vencia ao intervalo por 3-0, mas três golos dos “reds” em seis minutos (Gerrard, Smicer e Alonso) adiaram a atribuição do vencedor do troféu para o desempate por penáltis, onde os ingleses foram mais eficientes.

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Na época seguinte, com a responsabilidade de defender o título, o Liverpool foi competente na fase de grupos (1.º lugar à frente do Chelsea de Mourinho, Betis e Anderlecht), mas nos “oitavos” Benitez perdeu o braço de ferro com Ronald Koeman. A 21 de Fevereiro de 2006, o Benfica ganhou vantagem na Luz com um golo de Luisão, e duas semanas mais tarde, em Anfield Road, Simão e Miccoli selaram o apuramento “encarnado”, com um total de 3-0.

Essa foi, no entanto, a excepção à regra. Um ano depois de cair perante o Benfica, o Liverpool afastou o Barcelona nos “oitavos” e regressou à final onde reencontrou o AC Milan, mas desta vez os “rossoneri” desforraram-se da derrota dois anos antes, com um “bis” de Pippo Inzaghi (2-1). Nas épocas seguintes, o clube da cidade dos Beatles voltou a superar a barreira dos “oitavos” – vitórias nas eliminatórias contra Inter e Real Madrid -, mas desde que, em 2009, despacharam os madridistas de Iker Casillas com um total de 5-0, os “reds” nunca mais ultrapassaram a fase de grupos da Liga dos Campeões.

Quase uma década depois, de novo entre os 16 melhores da Europa, o Liverpool reencontra uma equipa portuguesa e ontem, na antevisão do confronto com os ingleses, Sérgio Conceição, que não pode contar com Felipe, Danilo e, muito provavelmente, Aboubakar, admitiu que para repetir o feito conseguido pelo Benfica em 2005-06, o FC Porto terá que ter “consistência defensiva”: “Não sofrendo golos, estamos sempre mais perto de vencer o jogo.” Porém, contra o Liverpool de Jürgen Klopp, esse não será um objectivo fácil de alcançar.

Com o segundo melhor ataque da Premier League, apenas atrás do imparável Manchester City, o Liverpool tem no trio ofensivo uma das duas principais armas. Com uma baixa de peso no Dragão (Emre Can está castigado), Klopp deverá apostar em Henderson para a posição “6” do 4x3x3, com Oxlade-Chamberlain e Wijnaldum ligeiramente mais adiantados. Na frente estará uma troika que promete ser austera para a defesa portista: Sadio Mané na esquerda, Mohamed Salah na direita e Roberto Firmino no centro.

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