Trabalha no Exército e é vegetariano? Leve de casa ou peça subsídio de alimentação

Só 58 das 12 mil pessoas que trabalham no Exército português (entre militares e civis) revelaram interesse em fazer refeições vegetarianas. Na Força Aérea, a opção é escolhida por menos de 1% dos militares.

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Nelson Garrido

Apenas 58 das 12 mil pessoas que trabalham no Exército Português (entre militares e civis) revelaram interesse em fazer refeições vegetarianas, num inquérito feito no ano passado para aferir as necessidades de alimentação nas suas cantinas. Perante isto, a resposta foi inequívoca: não era “logisticamente sustentável/rentável” assegurar regularmente pratos alternativos aos de carne e peixe, notou o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira. Por isso, para estes vegetarianos, há duas soluções: ou levam de casa ou solicitam subsídio de alimentação.

Após a realização do inquérito interno, que identificou também outras restrições alimentares, o Exército achou que não era possível assegurar de forma “sustentável/rentável” refeições vegetarianas para um universo “tão reduzido e disperso”. Afinal, são 58 pessoas distribuídas pelas 78 cantinas detidas por este ramo das Forças Armadas. Por isso, o Exército criou “soluções de excepção”, explicou Vicente Pereira. Quem tenha qualquer tipo de restrição alimentar pode receber um abono de alimentação em numerário (equivalente a um subsídio de alimentação). Para além disso, “na maioria das unidades”, o Exército tem “locais de apoio para quem pretenda trazer a refeição já preparada de casa”, acrescentou.

O Exército serve mais de 20 mil refeições de carne e peixe por dia, a maioria das quais ao almoço (mais de 12 mil), com uma oferta que possibilita a qualquer militar “a hipótese de escolher o que mais lhe agradar”, reparou a fonte oficial.

Já no que se refere ao Dia da Defesa Nacional — altura em que jovens de todo o país visitam o quartel militar da sua região —, o Exército procura garantir uma “alternativa diferenciada para os casos pontuais (em média, inferiores a 2%)” que não façam refeições de peixe ou carne.

A organização é diferente quando se fala da Força Aérea Portuguesa. Neste caso, a opção vegetariana está disponível nas 11 messes existentes, mediante marcação prévia. E menos de 1% dos militares escolhem estes pratos, de acordo com os dados divulgados pelo porta-voz, tenente-coronel Manuel Costa. Em média, apenas 12 das 4779 refeições servidas por dia, entre almoço e jantar, são vegetarianas.

O PÚBLICO tentou contactar a Marinha Portuguesa, não tendo obtido resposta até ao fecho desta edição.

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