Iraque precisa de mais de 71 mil milhões de euros para reconstruir o país

Governo de Bagdad procura financiamento para reparar os estragos causados pela guerra contra o Daesh

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As ruínas da Grande Mesquita dAl-Nuri e do Minarete Al-Hadba em Mossul Suhaib Salem/REUTERS
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A ponte destruída de Al-Muthanna, em Mossul Ahmed Saad/REUTERS

Um grupo de investidores e empresários reuniu-se esta segunda-feira no Kuwait para o primeiro dia de uma conferência destinada à angariação de fundos para o devastado território iraquiano e ficou a conhecer o preço a reconstrução da economia e das infra-estruturas do país, volvidos três anos de conflito bélico com a organização terrorista Daesh: 88 mil milhões de dólares – cerca de 71, 7 mil milhões de euros.

O director-geral do Ministério do Planeamento iraquiano, Qusay Adulfattah, informou  que pelo menos 23 mil milhões de dólares são necessários a curto-prazo, sobretudo para fazer frente à destruição de cerca de 147 mil habitações durante a guerra. Os restantes 65 mil milhões serão investidos a médio prazo, na reconstrução de estradas, hospitais, escolas, empresas e estruturas de telecomunicações.

O executivo estima que só em anos de crescimento económico desperdiçados, o Iraque já perdeu dezenas de milhares de milhões de dólares. Para além disso, contabiliza ainda um total de 14 mil milhões em perdas, no que ao exército e às forças de segurança dizem respeito.

O plano de quem manda no Iraque passa pela procura de investimento directo. Por isso, disponibilizou aos presentes, e a outros potenciais interessados, uma lista de 157 projectos específicos que carecem de capital. A lista abrange os planos de reconstrução de algumas infra-estruturas importantes – como o aeroporto de Mossul – mas também aposta em projectos de diversificação da economia iraquiana, de forma a torná-la menos dependente do preço do barril do petróleo. Agricultura, transportes e indústria petrolífera são alguns dos sectores a necessitar de dinheiro.

“Reconstruir é restaurar a estabilidade do Iraque e estabilizar os Estados da região e do mundo”, defendeu o ministro do Planeamento, Salman al-Jamaili, citado pela Reuters.

O Iraque anunciou a derrota do Estado Islâmico em Dezembro, depois de ter perdido para o grupo terrorista, em 2014 e 2015, territórios equivalentes a quase um terço do país. Anos antes, na sequência da invasão militar destinada a pôr cobro ao regime de Saddam Hussein, fora ocupado pelos Estados Unidos (2003-2011), que estão agora no topo da lista dos pedidos de financiamento por parte do executivo local, que coloca ainda grandes esperanças nas doações externas.

“Se a comunidade internacional não ajudar o Governo do Iraque a estabilizar estas áreas devastadas pela guerra, as conquistas ao Daesh podem estar em risco” alertou Lise Grande, Coordenadora Humanitária da ONU para o Iraque.

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