Bruno Coelho nunca teve dúvidas de que Portugal ia trazer a Taça

Autor do golo que valeu o Europeu de futsal à selecção nacional conta como garantiu a Ricardinho que seriam campeões. Comitiva nacional foi recebida ontem no Palácio de Belém.

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Nuno Ferreira Santos
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A revelação é de Ricardinho, o melhor jogador do mundo de futsal e melhor jogador do Europeu de 2018 acabadinho de conquistar por Portugal. A grande estrela da selecção nacional tinha acabado de se lesionar na segunda parte do prolongamento da final frente à Espanha, na Eslovénia, com o marcador a registar um empate a duas bolas. Fora de acção, contorcia-se impotente no banco assistindo aos derradeiros instantes do encontro, quando o seu companheiro Bruno Coelho o abordou: “Não tenhas medo, vai haver um livre directo e vou meter a bola lá dentro.” O que se seguiu foi história, com contornos de lenda.

Bruno Coelho não é exactamente o “Éder” da selecção de futsal, mas as comparações com o seu colega do futebol são irresistíveis. Ambos foram os heróis das finais onde as duas equipas se sagraram campeãs europeias e, nos dois casos, o sucesso foi precedido de premonições.

Tal como na final de Liubliana, também na partida decisiva do Europeu de futebol de 2016, em Paris, frente à França, a super-vedeta da selecção nacional, no caso Cristiano Ronaldo, foi obrigado a abandonar a partida devido a uma lesão logo aos 25’. Sofreu fora das quatro linhas o que se seguiu e quando Éder foi chamado para entrar em campo, aos 79’, dirigiu-se ao atacante e vaticinou: “És tu que vais fazer o golo da vitória.” Na segunda parte do prolongamento, aos 109’, o luso-guineense cumpriu a profecia.

Na capital da Eslovénia a cena repetiu-se, com (repetia contornos muito perto) pequenas diferençavas (ligeiramente diferentes). Desta vez foi o próprio protagonista a pressentir a glória. “Estava confiante, até tinha dito ao Ricardinho: 'fica descansado que eu faço, vamos ser campeões da Europa'”, confirmou este domingo, à chegada ao aeroporto de Lisboa, onde a selecção de futsal foi recebida em clima de euforia por algumas centenas de adeptos.

A glória de apontar o golo do triunfo acabou por ser um prémio justo para tudo o que Bruno Coelho protagonizou neste Europeu e, em particular, (faltava vírgula) na final. Marcara em todos os encontros antes da final e garantiu o empate a duas bolas frente à Espanha, no fim do tempo regulamentar, que permitiu o prolongamento.

Mas a confiança com que Bruno Coelho partiu para este Europeu começou bem antes da chegada à Eslovénia. No próprio dia do sorteio para a fase de grupos, o jogador do Benfica, de 30 anos, enviou uma mensagem a Jorge Braz. “Mister, vamos ser campeões”, escreveu, segundo reconheceu o próprio seleccionador nacional já na Cidade do Futebol, em Oeiras.

O regresso a Lisboa estava marcado para as 13h30, mas demorou bem mais de meia hora em relação ao previsto até que se avistassem os campeões na zona de chegadas do aeroporto. Horas antes já se começavam a juntar os primeiros adeptos, familiares de jogadores e muitos portugueses que confessando não seguir a modalidade explicavam ter querido estar ali para agradecer aos jogadores mais este título para Portugal.

Nunca foram mais do que centenas mas a assistência parecia superior, com gente de um lado e do outro do largo corredor montado pela polícia para a equipa percorrer o caminho até ao autocarro, gente no primeiro andar (partidas) com vista privilegiada e outros já no exterior, até à entrada do autocarro.

Muitos cachecóis e muitas bandeiras nacionais, chapéus mas também símbolos de clubes de alguns destes atletas. Cantou-se o hino, gritou-se "campeões, campeões, nós somos campeões" para ir matando o tempo e também quando os jogadores finalmente se deixaram ver. Alguns dos presentes apertavam cornetas ou empunhavam cachecóis comprados há dois anos: "Não somos 11, somos 11 milhões".

A comitiva seguiu depois escoltada para o Palácio de Belém, onde era aguardada por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, e por Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, que tutela a pasta do Desporto.

“Não imaginam o que este título fez, e faz, de bom à nossa auto-estima, agora que saímos de um período complicado, e por isso também um agradecimento especial", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à equipa. "De facto, é bom estar perante os melhores dos melhores. Geniais! Muito obrigado”. 

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