Elsa Artadi: A primeira president da Generalitat?

Tem sido o rosto de Puigdemont em Barcelona, onde liderou a sua campanha, e a estratega do ex-líder.

Artadi esta quinta-feira no parlamento catalão
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Artadi esta quinta-feira no parlamento catalão Marta Perez/EPA
Puigdemont já está há mais de três meses em Bruxelas
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Puigdemont já está há mais de três meses em Bruxelas Francois Lenoir/Reuters

A política

Entrou na política há seis anos, quando o economista (então conselheiro das Finanças) Andreu Mas-Colell lhe pediu que fosse uma das suas mais próximas colaboradoras. Não tinha filiação partidária (nunca militou na antiga Convergência e União) mas, aos 35 anos, Elsa Artadi já tinha um currículo invejável. Economista licenciada na Universidade Pompeu Fabra, de Barcelona, e doutorada em Harvard, foi assessora do Fórum Económico de Davos e do Banco Mundial; e dava aulas de Economia na Universidade de Bocconi, de Milão. 

Puigdemont

Foi já com Carles Puigdemont que ganhou outro perfil e se inscreveu no partido que substituiu a Convergência – o PDeCAT (Partido Democrata Europeu Catalão). Em Janeiro de 2016, a CUP, parceiro de coligação do PDeCAT e da ERC (Esquerda Republicana da Catalunha), exigia o afastamento de Artur Mas e Puigdemont acabou por ser investido líder da Generalitat. Artadi tornou-se na sua guru económica e ele acabou por lhe pedir que assumisse a coordenação dos departamentos (equivalente a ministérios), tarefa nada fácil num governo em que era preciso pôr de acordo membros do PDeCAT, ERC e independentes – e depois negociar tudo com a CUP (Candidatura de Unidade Popular, à esquerda da ERC). Trabalhou quase sempre na sombra, como “formiguinha” eficiente, diz ao El País quem a conhece. Com pouca experiência no palco político, também se diz que “aprende rápido”.

155

Desde a entrada em vigor do artigo 155 da Constituição e da ida de Puigdemont para Bruxelas, no fim de Outubro, Artadi tem sido o seu rosto em Barcelona (foi escolhida como porta-voz do grupo parlamentar do PDeCAT). Apesar de haver poucas pessoas mais próximas de Puigdemont do que ela, o Governo de Mariano Rajoy não a afastou do cargo quando demitiu o executivo. A Guardia Civil incluiu-a numa lista de "pessoas com interesse" mas não está a ser investigada. O ex-president confiou-lhe a presidência da campanha em que saiu vitorioso – teve mais votos do que a ERC e garantiu a renovação da maioria independentista. Agora, pode confiar-lhe o seu lugar, na presidência.

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