RTP, SIC, TVI e CMTV contra clubes que restringem acesso às fontes de informação

Comunicado conjunto emitido pelos quatro canais alerta para "o exercício do jornalismo, em toda a sua liberdade e extensão" como "garantia das sociedades democráticas e abertas".

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Nelson Garrido

Os canais de televisão RTP, SIC, TVI e CMTV insurgiram-se hoje contra a restrição de acesso dos jornalistas às fontes oficiais de informação em instituições desportivas e alertaram para os riscos deste comportamento para a liberdade de informar.

"Em Portugal, várias instituições desportivas, com proeminência evidente do futebol, têm optado, recentemente, por um caminho de restrição do acesso dos jornalistas às fontes oficiais de informação e aos seus protagonistas", pode ler-se no comunicado conjunto emitido pelos quatro canais e subscrito por Paulo Dentinho, director de informação da RTP, Ricardo Costa, director geral de informação do Grupo Impresa, Sérgio Figueiredo, director de informação da TVI e Octávio Ribeiro, director da CMTV.

No mesmo texto, os quatro canais alertam para "os riscos deste caminho e deste comportamento, no que à liberdade de informar diz respeito" e consideram que as entrevistas, conferências de imprensa ou declarações com direito a perguntas "não podem ser substituídas por momentos de comunicação em espaços de conforto que não cumprem as regras do jornalismo".

Em nome do respeito que os espectadores merecem e pela certeza de que o jornalista, como mediador do espaço público, é um garante do pluralismo, RTP, SIC, TVI e CMTV exigem "ter acesso às fontes oficiais de informação e aos protagonistas e recusam funcionar como amplificador da comunicação disponibilizadas pelos canais (televisivos ou electrónicos) oficiais dos clubes ou instituições, canais esses legítimos, mas que não substituem o exercício do jornalismo".

"A liberdade de acesso e de acção dos órgãos de comunicação social aos acontecimentos que se revestem de importância noticiosa está consagrada na lei", recordam os responsáveis pelos quatro canais, para quem "o exercício do jornalismo, em toda a sua liberdade e extensão, é uma garantia das sociedades democráticas e abertas".

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