Senado chega a acordo para orçamento de dois anos

Entendimento entre republicanos e democratas permite evitar novo shutdown na Administração norte-americana. Acordo ainda tem de ser aprovado pela Câmara dos Representantes.

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Mitch Connell apresentou o orçamento de dois anos, fruto do acordo entre os Republicanos e os Democratas LUSA/MICHAEL REYNOLDS

Os líderes partidários no Senado dos EUA chegaram esta quarta-feira a acordo para um orçamento de dois anos. O acordo entre republicanos e democratas aumenta o orçamento previsto para a Defesa e para alguns programas federais em território norte-americano. Para viabilizar o acordo, os democratas tiveram que ceder nas questões sobre a imigração. Desta forma, os dois partidos conseguem evitar o shutdown previsto para a meia-noite desta quinta-feira (5h em Portugal).

O anúncio foi feito pelo líder da maioria, Mitch McConnell, que fez saber que o acordo para dois anos acrescenta mais de 300 mil milhões de dólares (aproximadamente 242 mil milhões de euros) ao orçamento para a Defesa e programas domésticos. O republicano disse que esta medida iria alterar os limites orçamentais actualmente impostos ao Pentágono que “comprometeram a segurança nacional”.

Alguns assessores da Casa Branca disseram à AP que o novo orçamento prevê que cerca de 90 mil milhões de dólares para sanar a dívida existente no financiamento dos mecanismos de resposta a desastres.

O plano, tornado público esta quarta-feira, ainda tem de ser aprovado pela Câmara dos Representantes, onde se arrisca a enfrentar críticas dos republicanos mais conservadores pelos aumentos de gastos e dos liberais por causa das questões de imigração. Estes últimos defendiam o regresso do DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) que legalizava a situação dos cidadãos que entraram clandestinamente nos EUA durante a infância e que sempre viveram em território norte-americano.

Antes mesmo de o acordo ter sido tornado público, a líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, deu conta do seu descontentamento. Ainda assim, afirmou que não vai pedir à sua facção política para votar "não". 

O acordo de dois anos finta o shutdown do governo norte-americano, previsto para a próxima quinta-feira à noite. Em caso de shutdown, vários serviços estatais seriam encerrados. Quase um milhão de funcionários públicos ficaria com o vencimento em risco.

Em 2013, houve um shutdown de 16 dias, devido ao braço-de-ferro sobre o "Obamacare", liderado pelo senador republicano Ted Cruz. Em 1996, quando Bill Clinton era Presidente também houve um conflito com o líder republicano do Confresso, Newt Gingrich, que foi a causa de um shutdown de 21 dias, o mais longo da história norte-americana.

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