Vídeo de associação de vítimas mostra a ironia do número de mortes: 112

O número de socorro é o 112, mas é também o número de pessoas que morreram nos incêndios de Junho e Outubro, muitas delas sem terem tido resposta dos serviços de emergência. É essa a mensagem do vídeo: que as mortes não sejam esquecidas e que um caso destes “nunca mais volte a acontecer”.

Foto
Uma das fotografias utilizadas no vídeo, tirada depois dos incêndios em Pedrógão Grande Reuters/RAFAEL MARCHANTE

Para que nunca se esqueça as tragédias dos incêndios no ano passado e “para que nunca mais volte a acontecer”, a Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) criou um vídeo para lembrar as vítimas mortais dos incêndios de 2017 — os de Junho e os de Outubro. “Sabia que 112 foi o número de pessoas que morreram nos incêndios de Junho e Outubro de 2017?”, lê-se no vídeo, em que é realçada a ironia de 112 ser também o número de emergência.

A mensagem do vídeo é ilustrada com fotografias dos incêndios divulgadas na imprensa (incluindo do fotojornalista do PÚBLICO Adriano Miranda) que revelam o rasto de destruição causado pelas chamas – nas casas, nos carros, na vegetação, na paisagem, nos animais. E nas pessoas: “Muitos ligaram o 112 mas não obtiveram ajuda”.

O vídeo foi publicado no canal de YouTube da AVIPG nesta terça-feira, a tempo do Dia Europeu do 112 (número de emergência criado em 1991), que se comemora a 11 de Fevereiro.

“É uma triste coincidência, mas o número de mortos é real, foram 112 pessoas. Não se pode negar”, disse ao Expresso Dina Duarte, da direcção da AVIPG. “E 112 deveria ser o número de pedido de socorro, mas muitas daquelas pessoas que perderam a vida não conseguiram ser atendidas e, por isso, para recordar, fizemos o vídeo”.

Os incêndios de Pedrógão Grande fizeram 66 mortes (com mais de 250 pessoas feridas) e os de Outubro causaram a morte a 46 pessoas (mais uma centena de pessoas com ferimentos). Ao todo, morreram 112 pessoas por causa destes incêndios no ano passado, um número que, diz o vídeo, “deve ficar na memória de todos”. A juntar a isto, foram centenas as pessoas que ficaram sem casa ou sem emprego.

A associação de vítimas de Pedrógão começou a dar os primeiros passos em Julho, pouco mais de um mês depois dos incêndios; a associação pretendia não só acompanhar as investigações em curso e o apuramento de responsabilidades, mas também tentar ter um papel na prevenção de tragédias semelhantes — razão pela qual pediu desculpa depois dos fogos de Outubro, por ter sido “branda” e “incapaz de impedir novas desgraças”. Depois dos incêndios de 15 de Outubro que afectaram várias regiões do país, foi também criada no distrito de Coimbra a Associação das Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal

Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Adriano Miranda/PÚBLICO
Fotogaleria
Adriano Miranda/PÚBLICO
Sugerir correcção
Ler 7 comentários