Os SUV não se medem só pelo tamanho

Depois dos pequenos e compactos, um passeio pelos de tamanho médio/grande a concurso pela categoria de melhor Crossover/SUV.

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Não é apenas o tamanho que distingue os seis que ocupavam estas páginas a semana passada dos apresentados hoje. Também as aptidões off-road destes cinco que se seguem são distintas, nem que seja pela maior distância ao solo. E os preços estão longe de ser equiparáveis...

Ainda assim, todos os 11 que disputam o título de Melhor Crossover/SUV do Ano, no âmbito do Essilor Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal — prémio organizado pelo Expresso e SIC/SIC Notícias e que conta com um júri de 17 jornalistas automóveis, em representação dos respectivos órgãos de comunicação social —, têm em comum o facto de serem veículos da moda, a assumirem-se como robustos, funcionais e divertidos veículos utilitários desportivos (sport utility vehicle).

Audi Q5 2.0 TDI  S Tronic quattro (190 cv)

Tracção integral quattro, equipamento recheado com o nível Sport e potência pujante (190 cv e binário máximo de 400 Nm logo disponível a partir das 1750 rpm) gerida por uma sempre muito prazenteira S Tronic. O Audi Q5 combina as características requintadas da berlina com traços desportivos (que a marca dos anéis sabe explorar de forma inequívoca) e um corpo que se presta a múltiplas funções. O novo sistema quattro ultra é constituído por uma embraiagem multidisco que acopla, quando necessário, o eixo de transmissão das rodas traseiras, sendo que no diferencial traseiro existe uma embraiagem que pode desligar o mesmo. Em termos de conforto a bordo, muito pouco a dizer, além de que não há número de quilómetros como limite para o bem-estar. Destaque para o facto de o banco traseiro ter regulação longitudinal, o que faz com que a bagageira admita um volume de carga entre os 550 e os 610 litros. No capítulo da conectividade, o terminal MMI na consola central actua como o elemento de controlo principal. No nível mais equipado, o sistema de navegação MMI plus com MMI touch e um ecrã de 8,3’’, além de touchpad e botão rotativo, inclui função de “assistência personalizada de rota” que permite ao sistema memorizar uma série de variáveis associadas ao percurso.

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Mazda CX-5 2.2 SKYACTIV-D 2WD MT (150 cv)

O modelo que, em 2012, estreou as novas tecnologias da casa de Hiroshima, com a inclusão da tecnologia SkyActiv, design Kodo e ergonomia “Jinba Ittai”, revolucionando inclusive o posicionamento do emblema, chegou à segunda geração. Intocável manteve-se a aposta em dotar o carro de uma ergonomia que permite ao condutor encaixar-se que nem uma luva, assim como em materiais de qualidade premium e suaves ao toque. De diferente surge o “olhar”, agora mais rasgado, assim como o seu corpo, mais comprido mas mais baixo que o modelo que substitui, sendo relevante apontar menos peso, uma maior rigidez torcional e um menor coeficiente de atrito aerodinâmico. Em termos mecânicos, a aposta centra-se no bloco turbodiesel 2.2 com dois níveis de potência, 150 e 175 cv, estando o primeiro a concurso. É motor capaz de responder de forma tão suave quanto rápida, proporcionando bons momentos sobretudo em auto-estrada (e nem fortes ventos laterais ameaçam a sua estabilidade). No pára-arranca é notável o facto de não se fazer sentir no peso. Soma ainda pontos positivos no trabalho efectuado no sentido de reduzir os níveis de ruído, vibração e aspereza.A versão candidata chega com caixa manual, fácil de manusear, mas é de equacionar equipar o carro com uma automática. No nível Excellence, há requinte a rodos e tecnologia de conectividade para conquistar todos os ocupantes.

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Peugeot 5008 1.6 BlueHDi (120 cv)

Da casa francesa do leão chega um SUV que manteve todas as características apetecíveis do velhinho monovolume homónimo. Inclusive os sete lugares. No fundo, quando nos sentamos num 5008 depressa somos remetidos para o multipremiado 3008: design cuidado, pormenores de estética apurados, boas quotas de habitabilidade, elevado nível de conforto. Mas num corpo “esticado” até aos 4641mm, com uma distância entre eixos de 2840mm que permite a inclusão dos dois lugares extra, de acesso relativamente fácil, sem beliscar bem-estar dos restantes cinco. Caso apenas haja necessidade de duas filas de bancos, a mala cresce para 702 litros. Em termos mecânicos, o BlueHDi de 120 cv, não sendo fonte de potência, revela-se mais do que suficiente para o uso quotidiano e, tirando partido de um torque de 300 Nm totalmente disponível a partir das 1750 rpm, mostra-se capaz de devolver energia quando solicitada. Para incursões fora de estrada, pode ser equipado com Advanced Grip Control, que gere electronicamente a distribuição de binário, e controlo de descidas íngremes. No interior, volta a estar em destaque o iCockpit que, numa nova geração, surge com cinco modos de apresentação. No centro do tablier, um ecrã táctil de 8’’ permite gerir navegação, ar condicionado, entretenimento e telefone. Sob o ecrã, seis botões em piano que dão acesso directo às principais funções do sistema.

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Škoda Kodiaq 2.0 TDI DSG (150 cv)

Mede 4697mm, mas é comum este facto ser esquecido. Aos comandos do Kodiaq (modelo baptizado com nome de um grande urso), é comum sentir que se tem entre mãos um veículo mais pequeno, pela forma modesta como se comporta. Com uma distância entre eixos de 2791mm, não há ninguém que se queixe de falta de espaço. Nem mesmo quem for obrigado a acomodar-se nos dois assentos da terceira fila. Com apenas duas filas montadas, a capacidade de carga é uma das maiores na sua categoria: 720 litros. Não sendo nada molengão, o bloco a gasóleo de 2.0 litros e 150 cv, quando acoplado à eficiente e eficaz DSG, precisa, por vezes, de um empurrão: algo que se consegue recorrendo às patilhas colocadas atrás do volante e com as quais se consegue extrair ainda maior fôlego. E, mesmo as versões 4x2, fazem-se a estradões sem quaisquer dificuldades. No capítulo do conforto, destaque para as soluções “Simply Clever” da marca checa do Grupo Volkswagen: protecções de plástico que se abrem e fecham automaticamente com as portas, encosto lateral para a cabeça dos passageiros traseiros, etc. Também nas ajudas à condução a oferta é vasta: sistema de ajuda ao estacionamento com câmaras surround e lentes grande angular na dianteira e traseira, cruise control adaptativo e bloqueio eletrónico do diferencial XDS+.

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Volvo XC60 D4 Inscription (190 cv)

A fechar, um dos blocos mais potentes a concurso na sua classe, a par com o Audi Q5. E, tal como este, também com tracção integral. Construído sobre a plataforma SPA, estreada no luxuoso XC90, apresenta uma nova suspensão dianteira, de braços triangulares duplos, e traseira, com link integral, equipado com mola transversal de lâminas de baixo peso. Tudo somado, o automóvel é uma ode ao conforto, parecendo absorver qualquer irregularidade da estrada como se esta nem sequer existisse. E, não obstante o seu peso — são quase duas toneladas de carro! —, comporta-se de forma ligeira, admitindo uma condução extremamente suave, sobretudo se seleccionado o modo de condução Eco, de forma a privilegiar eficiência. Quando activada a função de condução dinâmica, aí a conversa é outra. Mas permanece a evidenciar-se pela facilidade com que se deixa conduzir. Com o nível de equipamento Inscription, com que a Volvo submeteu o seu XC60 a concurso, não lhe falta nada, sobretudo em termos de segurança. A registar, uma nova função de assistência à direcção, incluída no Sistema City Safety, um novo assistente que ajuda a evitar colisões com veículos situados noutras faixas de rodagem e um upgrade do aviso de ângulo morto, que presta assistência à direcção, recolocando o automóvel na própria faixa de rodagem e fora de perigo.

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