Sobe para 15 o número de casos ligados ao surto no Hospital CUF Descobertas

A maior parte dos doentes tem idade superior a 50 anos. Três estão internados nos cuidados intensivos.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

O número de casos diagnosticados com doença dos legionários com ligação ao surto de Legionella no Hospital CUF Descobertas subiu para 15, três dos quais estão em unidades de cuidados intensivos, informou a Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo a nota da DGS, os 15 casos, mais um em relação ao último balanço, incluem nove mulheres e seis homens. Quase todos os doentes (13) têm idade superior a 50 anos.

Em comunicado, o CUF Descobertas diz que três dos nove doentes anteriormente notificados pelo hospital tiveram alta clínica na manhã desta sexta-feira. Os sete doentes que permanecem internados naquela unidade "continuam a evoluir positivamente". Quatro doentes permanecem noutras unidades hospitalares.

O surto de Legionella no hospital CUF Descobertas, em Lisboa, surgiu no passado fim-de-semana. "O hospital já contactou 784 dos 800 doentes internados durante o período de 6 a 26 de Janeiro. Destes, 750 não apresentavam, à data, sintomas compatíveis com Legionella. Os restantes 34 tinham sintomatologia e foram aconselhados a recorrer ao atendimento permanente. Destes, 25 já se deslocaram ao hospital CUF Descobertas e todos apresentaram análises negativas a Legionella, à excepção do doente que foi diagnosticado e internado no dia 31 de Janeiro", explica a unidade privada.

O hospital avança ainda que todas as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde já estão implementadas. Suspeita-se que o surto poderá estar ligado à rede de águas. "Neste momento decorre um processo de análise profundo e detalhado e ainda se aguardam os resultados das análises realizadas no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Conforme já referido anteriormente, o foco da infecção terá tido origem na zona de tratamento das águas quentes mas ainda não existem conclusões seguras sobre as causas concretas do incidente."

O CUF Descobertas explica que se trata de um sistema operacional complexo, "onde existem interacções internas e externas". Acrescenta que "durante o período de referência, as análises ao cloro e à temperatura da água realizadas regularmente no hospital por entidades externas independentes e acreditadas, apresentaram resultados de acordo com os parâmetros de referência, o que conduz à  necessidade de continuar a aprofundar a análise dos factos", de forma a perceber o que terá falhado.

A bactéria Legionella pneumophila é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infecção, podendo ir até dez dias.

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