IPO e SICAD chamados a pronunciarem-se no grupo de trabalho sobre cannabis

A directora-geral da Saúde, representantes da Ordem dos Médicos e dos Farmacêuticos e do Infarmed também se devem pronunciar no Parlamento sobre a utilização da cannabispara fins medicinais, a pedido do Bloco de Esquerda.

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GUIDO BENSCHOP

O Bloco de Esquerda quer que o director do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, e o presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, José Laranja Pontes, sejam ouvidos no grupo parlamentar de trabalho criado para discutir a utilização da cannabis para fins medicinais.

Foram também chamados os responsáveis do Infarmed, Ordem dos Médicos e Ordem dos Farmacêuticos, e de associações, nomeadamente o Grupo de Activistas em Tratamentos (GAT) e a Associação de Estudos sobre a Cannabis (Cannativa).

Devem ainda pronunciar-se o farmacêutico e primeiro presidente do Infarmed José Aranda da Silva, a directora do serviço de psiquiatria da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Ana Matos Pires, o neurologista do Centro Hospitalar de Lisboa Central Bruno Maia e o presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, segundo o pedido de audiência assinado pelo deputado bloquista e coordenador do grupo de trabalho Moisés Ferreira.

O director do SICAD, organismo que define a política na área das drogas e dependências, já tornou público que vê vantagens no uso da cannabis para fins terapêuticos. João Goulão rejeita, no entanto, o auto-cultivo e não é “entusiasta da legalização para fins recreativos” que, alerta, serve antes de mais os interesses das tabaqueiras.

Já na Ordem dos Médicos há um consenso de que o uso de cannabis ou derivados da planta deve ser legalizado para um vasto número de situações terapêuticas, como o alívio da dor crónica em adultos, das náuseas e vómitos associados aos tratamentos oncológicos e até no controlo da ansiedade, mas apenas na "forma medicamentosa". Uma visão partilhada por Graça Freitas, que se declarou a favor do uso para fins terapêuticos, desde que a substância seja regulada como qualquer medicamento.

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