Os 995 trabalhadores presos em mina de ouro já foram resgatados

Presos a quase mil metros de profundidade, os mineiros estavam retidos na mina sul-africana desde quarta-feira por uma falha de electricidade.

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LUSA/STR

Presos no subsolo desde quarta-feira à noite, um grupo de 955 mineiros foi resgatado com sucesso na madrugada desta sexta-feira da mina de ouro de Beatrix, a cerca de 390 quilómetros de Joanesburgo, a maior cidade sul-africana. Um porta-voz da empresa de mineração Sibanye-Stillwater garantiu que os homens estão "bem, havendo ferimentos leves e um pouco de desidratação". 

Os trabalhadores ficaram presos na mina na quarta-feira à noite (hora local), quando, escrevem as agências noticiosas, uma tempestade provocou a queda de um poste de abastecimento de energia que causou uma falha de electricidade — que, por seu turno, bloqueou o funcionamento dos elevadores da mina de Beatrix. Os mineiros que faziam o turno da noite ficaram impedidos de voltar à superfície, retidos nas galerias que chegam aos mil metros de profundidade. A agência Reuters indica ainda que o Sindicato Nacional de Mineiros informou que foram já tinham sido retirados dezenas de trabalhadores noutras fases de resgate.

O porta-voz da Sibanye-Stillwater, James Wellsted, precisou então que "toda a gente saiu" e que além de alguns casos de desidratação, há outros de "tensão alta, mas nada sério". Os mineiros foram encaminhados para um local onde podem ter acesso a duches e a comida e depois serão submetidos a exames médicos, escreve a BBC, e a "aconselhamento" para lidar com a experiência, acrescentam as agências citadas pelo Guardian

"Foi stressante, não havia ventilação suficiente", disse o mineiro Mike Khonto à BBC. "Felizmente os nossos patrões conseguiram enviar-nos comida e água". Os mineiros tinham familiares e amigos à sua espera mas não puderam reunir-se com eles de imediato.

O incidente motivou declarações preocupadas dos sindicatos, primeiro sobre a possibilidade de sobrevivência dos mineiros, depois sobre as condições de segurança do difícil trabalho da mineração, num país que depende fortemente da exploração do ouro. E que, segundo a Reuters, alberga algumas das minas mais profundas do mundo — há trabalhadores que chegam a operar a quatro quilómetros de profundidade. Foram feitas críticas quanto à inexistência de alternativas para evacuar a mina e o sindicato sublinhou que "grandes empresas multinacionais como a Sibanye-Stillwater, que deviam ser líderes na indústria na criação de uma cultura de segurança, fazem muito pouco para evitar acidentes".

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