Ex-engenheiros da Google criam carro autónomo para entregar pizzas e compras

O Nuro foi criado para transportar mercearias, refeições, roupa lavada e outros produtos e serviços do comércio local.

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A equipa diz que o Nuro se preocupa mais em proteger o que está fora do carro Nuro

Uma startup da Califórnia angariou 92 milhões de dólares (cerca de 73 milhões de euros, à taxa de câmbio actual) para começar a desenvolver um carro eléctrico com quatro portas e sem janelas que se conduz sozinho e ocupa metade do espaço de um veículo tradicional.

O aspecto peculiar do carro da Nuro (semelhante a uma grande cápsula sobre rodas) faz parte da missão: transportar coisas em vez de pessoas e ajudar o comércio local. Com a corrida aos “carros autónomos” preenchida por grandes competidores do sector automóvel e tecnológico como a Ford, a General Motors e a Google, as pequenas empresas têm optado por novos mercados de nicho. O das entregas é um deles.

A equipa da Nuro é liderada por dois antigos engenheiros da empresa de carros autónomos da Google, a Waymo. Dave Ferguson e Jajun Zhu deixaram a empresa em 2016 para fundar o seu próprio negócio, que conta com o apoio de antigos trabalhadores da Uber, Tesla e investigadores da Universidade de Stanford e do MIT. “A Google inspirou-nos a fazer algo com um impacto a nível mundial”, justifica Dave Ferguson numa entrevista a uma publicação especializada.

A missão da “cápsula de entregas” da Nuro é livrar as pessoas de tarefas como ir às compras e ajudar pequenos comerciantes. “Prepara-se para mudar completamente a forma como as empresas interagem com os seus consumidores locais”, explica Fergusson na apresentação do projecto. A equipa vê os novos veículos como uma “ferramenta poderosa” para empresas locais com quem tem parcerias – sapateiros, restaurantes, mercearias, etc. – levarem os seus produtos às mãos dos clientes com a mesma facilidade que grandes multinacionais com esquemas de entregas ao domicílio. 

 A versão final da “cápsula de entregas” da Nuro tem cerca de um metro de largura e pesa cerca de 680 quilos (um Smart pesa entre 800 e 950 quilos). A bateria do motor eléctrico representa a maior parte do peso. De acordo com a empresa, o veículo foi construída com materiais “leves” porque, “sem passageiros ou condutores com quem se preocupar, o carro foi concebido para proteger o que está lá fora, de forma ainda mais segura do que aquilo que traz dentro”.

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O objectivo é apoiar o comércio local Nuro

A equipa da Nuro acredita que os seus carros autónomos vão evoluir e fazer parte do dia-a-dia mais rapidamente do que outros veículos no sector porque não se têm de preocupar com a segurança dos passageiros que transportam. Para já, porém, ainda estão no começo do seu projecto.

Já a Waymo tem cerca de 600 veículos Fiat Chrysler com “autonomia de nível quatro” nas estradas do Arizona, Michigan e Atlanta. Neste nível de autonomia, o condutor não é essencial e o carro consegue autoconduzir-se em zonas seguras, que estão cartografadas e preparadas para receber a tecnologia de carros autónomos. De acordo com informação avançada pela Fiat esta terça-feira, o número de veículos deste tipo deve chegar aos milhares ainda este ano.

A analista de mercado IHS Markit prevê que os veículos autónomos comecem a ganhar popularidade no começo de 2019 no transporte colectivo de passageiros, nos EUA.

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