Os crossovers e os SUV da concórdia

São 11 os candidatos a Crossover/SUV do Ano, numa clara manifestação de concórdia pelas apetências actuais do mercado. Entre mini e compactos, há seis.

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Se há classe concorrida para o Essilor Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal é a dos Crossovers/SUV. Nesta categoria cabem 11 propostas que atravessam três segmentos: dos mini SUV (Citroën C3 Aircross, Hyundai Kauai, Kia Stonic, Opel Crossland X e Seat Arona), dos compactos (Volkswagen T-Roc) e dos de tamanho médio — sobre os quais falaremos na próxima semana. Curiosidade: há ainda um 12.º SUV a concurso, mas na classe dos Ecológicos (Kia Niro PHEV).

Mas basta um olhar atento ao mercado para não estranhar esta corrida por um nicho que até há pouco tempo era marginal: é folhear uma qualquer revista da especialidade e verificar a quantidade de modelos novos de características “suvianas”. O culpado é o Nissan Qasqhai, que se mantém na liderança, mesmo depois de dez anos no mercado. Ainda assim, vão despontando novidades de encher olho, falando-nos com suavidade à carteira: entre os mini e os compactos apresentados a concurso, os preços andam entre os 19.500 e os 23.600 euros.

Citroën C3 Aircross 1.2 PureTech EAT6 (110 cv)

Entre as imagens nestas páginas, é provavelmente o que se destaca mais pela diferença — para o bem e para o mal... O C3 Aircross, que partilha plataforma com Peugeot 2008 e Opel Crossland X, mostra-se por fora cheio de detalhes que remetem para a robustez de que um SUV carece: protecções avantajadas, rodas de grandes dimensões, alargados guarda-lamas. Já por dentro destaca-se um bom aproveitamento de espaço, com os bancos traseiros deslizantes e reclináveis, a luminosidade e um elevado nível de conforto, com pontos positivos para os bancos tipo sofá. No seu coração bate um gasolina 1.2 PureTech de 110 cv que, acoplado a uma caixa automática de seis relações, admite uma boa dose de divertimento. O nível de equipamento a concurso, Shine, é recheado, com arranque mãos livres, climatização automática, câmara de visão traseira, Bluetooth, entrada USB, ecrã tátil de 7” com função Mirror Screen e seis altifalantes.

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Hyundai Kauai 1.0 TGDi (120 cv)

Se o C3 Aircross se destaca pelas suas linhas, a proposta da sul-coreana Hyundai também se pretende destacar mas por outros motivos: como a possibilidade de ser encomendado com tracção integral. Não é, porém, o caso do veículo a concurso — afinal de contas, os 4x2 nestes pequenos SUV ganham na procura. Em termos de design, assume as características de um crossover (proeminentes saias laterais e cavas das rodas bem vincadas), ao mesmo tempo que joga com traços de coupé, na forma como deixa “cair” o tejadilho para a traseira. Por dentro, bons materiais a exibirem montagem cuidada, com alguns toques de irreverência, como no caso dos elementos decorativos de cores vivas, mas sem abusos. A motorização turbo a gasolina de 1.0 litro e três cilindros debita 120 cv, com um binário de 172 Nm, totalmente disponível logo a partir das 1500 rpm e constante até às 4000, tornando a condução extremamente viva desde o arranque. No equipamento, destaque para a inclusão de série de assistente de manutenção de faixa de rodagem, alerta de fadiga do condutor, sensores traseiros e câmara de apoio ao estacionamento.

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Kia Stonic 1.0 T-GDi (120 cv)

Em termos de motor, estamos conversados. Afinal, trata-se exactamente do mesmo bloco que serve o Kauai a concurso da parceira Hyundai. Apenas uma ressalva que serve para ambos: se se quiser tirar partido do seu lado mais traquina, a média de consumo anunciada não será possível de cumprir. Por fora, o Stonic reúne linhas desportivas a detalhes que imprimem robustez, ainda que, ao contrário do Kauai, não admita quatro rodas motrizes. E, não sendo design de despertar paixões, também não há nada que desagrade. Ao ponto de nos irmos deixando enamorar. Nos interiores, sobressai a opção por materiais agradáveis ao toque, sendo de referir o facto de ter conseguido boa posição de condução. Com equipamento TX, o Stonic oferece-se muito completo, inclusive em tecnologias de segurança: prevenção de colisão frontal com reconhecimento de peões, detecção do ângulo morto com alerta de perigo de colisão à retaguarda e aviso de saída da faixa de rodagem.

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Opel Crossland X 1.2 Turbo (130 cv)

Tem entre a sua identidade o facto de ter sido o primeiro produto a ser lançado após a aliança entre a Opel e o Grupo PSA e assumiu desde logo o papel de, em Portugal, conquistar uma fatia que foi recusada ao Mokka X (sucesso de vendas no resto da Europa) pelo facto de este ser classe 2 nas portagens. O Crossland X é um crossover de fio a pavio, ainda que a sua imagem seja facilmente confundida com a de um SUV, dadas as proporções musculadas. Mas o seu habitat natural é a cidade, piscando ainda o olho a um público que pretende estar cada vez mais conectado, dispondo de OnStar com hotspot Wi-Fi, e ter o seu dia-a-dia facilitado. Para tal, o equipamento, Innovation, inclui Head Up Display,  câmara traseira, estacionamento automático avançado, alerta de colisão dianteira com travagem automática de emergência e detecção de peões, alerta de fadiga do condutor, manutenção de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito e alerta de ângulo cego. No habitáculo, destaque para os bancos certificados pela agência de especialistas em ergonomia AGR. A motorização a concurso, 1.2 Turbo de 130 cv e binário máximo de 230 Nm às 1750 rpm, é a mais potente da gama e revela-se despachada.

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Seat Arona 1.0 TSI (115 cv)

Assente na mesma plataforma MQB A0 estreada pelo Ibiza, o pequeno Arona apresentou-se com o objectivo de conseguir um compromisso entre parâmetros que por vezes são antagónicos, como dinamismo e conforto ou acessibilidade e qualidade. Mas, acima de tudo, em “mar” tão apinhado, quer assumir-se como objecto de desejo, não desprezando as características que lhe valem um bom dinamismo, mesmo em estradas sinuosas, onde se vale do facto de o diferencial autoblocante XDS ser montado de série. Entre o equipamento FR, duas afinações de suspensão (normal e desportiva) com quatro modos de condução — Normal, Sport, Eco e Individual —, travões de disco montados atrás, jantes de 18’’, grelha específica e bancos desportivos. No conforto, destaque para a inclusão de sistema de entrada e arranque sem chave, câmara traseira, ecrã tátil de 8”, carregador sem fios e sistema de som Beats.

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Volkswagen T-Roc 1.0 TSI (115 cv)

Sendo do mesmo grupo, há quem baralhe o Arona com o T-Roc. Mas são dois carros completamente distintos. Para começar, o primeiro é segmento B (4138mm de comprimento) e o segundo C (4234mm). Depois, têm por base diferentes plataformas, com o T-Roc a recorrer à MQB, a mesma base do Golf. No entanto, chega mais barato que o familiar compacto, feito conseguido sobretudo na poupança com os materiais que, ainda assim, mantêm premissas de boa qualidade e montagem cuidada. Até porque, no campo tecnológico, o T-Roc esbanja equipamento: entre os opcionais, painel de instrumentação digital, com o Active Info Display de última geração, múltiplos sistemas de assistência à condução, serviços Security & Service, com chamada de emergência e possibilidade de usar diversos serviços online através do Guide & Inform. Já sob o capot, a Volkswagen submeteu a versão de entrada: motor de 1.0 litro a gasolina, com três cilindros, a debitar 115 cv e com um binário máximo de 200 Nm entre as 2000 e as 3000 rpm. Acelera dos 0 aos 100 km/h em 10,1 segundos e atinge os 187 km/h.

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