A Caroline Wozniacki só falta, agora, ser capa da Elle

Ao vencer o Open da Austrália, a dinamarquesa vai voltar a ocupar o primeiro lugar do ranking mundial.

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Caroline Wozniacki Reuters/ISSEI KATO

Depois de 12 anos e meio no circuito profissional, 811 encontros e 43 torneios do Grand Slam disputados, Caroline Wozniacki conquistou finalmente um major. Oito anos e meio após a primeira grande final, Wozniacki triunfou na final do Open da Austrália e tornou-se na primeira tenista da Dinamarca a figurar no palmarés individual de um Grand Slam. Como bónus, a dinamarquesa de 27 anos vai surgir nesta segunda-feira como número um mundial, exactamente seis anos depois de deixar a liderança – o mais longo intervalo na história do ranking criado em 1975.

“Nunca mais vou ouvir ‘é a número um mas nunca venceu um Grand Slam’…”, foi a frase mais repetida de Wozniacki nas entrevistas que se seguiram à vitória sobre Simona Halep, por 7-6 (7/2), 3-6 e 6-4, em duas horas e 49 minutos de muitas emoções, nervos, enorme competitividade e bom ténis. “Agora, fico à espera que me perguntem quando é que vou ganhar o segundo”, frisou Wozniacki, agora com maior maturidade e com um lado mais agressivo do seu ténis, que adicionou à sua lendária consistência e resistência física.

Já antes de se iniciar, esta era uma final histórica: foi a primeira vez na Era Open que as duas primeiras do ranking se defrontaram na final de um Grand Slam sem nunca terem conquistado um major e em que as duas finalistas chegaram à final depois de salvarem match-points.

Sob muito calor e ainda mais humidade, Wozniacki tirou proveito da menor frescura da romena e liderou por 5-2. Foi então que a combatividade de Halep veio ao de cima e levou a decisão para o tie-break, no qual Wozniacki esteve irrepreensível: dois winners de direita e forçou quatro erros na adversária (que falhou igualmente uma resposta a um segundo serviço).

O desgaste de Halep tornou-se ainda mais notório na segunda partida, mas o espírito de luta da romena permitiu-lhe salvar quatro break-points logo no longo terceiro jogo, de 11 minutos e 18 pontos. A 3-2, Halep recebeu assistência médica, mediram-lhe a tensão e colocou o “cachecol” de gelo à volta do pescoço. A recompensa veio a 3-4, quando pressionou e assinou o break. Mas Halep ainda teve de anular mais três break-points antes de fechar no segundo set-point.

Accionada a “Heat Rule”, as jogadoras tiveram direito a 10 minutos de descanso antes de iniciarem o set decisivo. Wozniacki retomou o encontro como tinha começado, adiantando-se para 2-0, mas deixou escapar uma oportunidade de fazer o 3-0 e Halep, aparentemente recuperada, devolveu o break. Após uma sucessão de quatro breaks, a romena tentava fechar os pontos rapidamente, mas não conseguiu conservar a vantagem de um break (4-3), e Wozniacki, após receber assistência ao joelho, avançou para 5-4.

Halep sentiu a pressão do marcador e cometeu a sua primeira dupla-falta. Mais experiente e calma, Wozniacki sentiu a oportunidade, mas teve de defender-se brilhantemente de um ataque da romena, para alcançar o primeiro match-point. E foi com o 47.º erro não forçado que Halep, exausta, capitulou. Wozniacki deixou-se cair, visivelmente emocionada.

Na entrega de prémios Wozniacki agradeceu ao pai, ao noivo – “de manhã, estava uma pilha de nervos mas soubeste acalmar-me” – e ao agente: “Espero que agora me consigas a capa na Elle.” Mais tarde, com um copo de champanhe numa mão e a Daphne Akhurst Memorial Cup na outra, Wozniacki recordou os dois match-points que enfrentou na segunda ronda. “De estar quase fora do torneio até estar aqui com o troféu, é de loucos. É uma grande reviravolta, algo do qual estou muito orgulhosa”, afirmou a nova número um, após a 10.ª final que disputou desde o início de 2017.

Já se antecipava a desilusão para quem fosse perder uma final tão disputada, mas Halep mostrou-se conformada. “Chorei, mas agora estou a sorrir. No final, é apenas um encontro de ténis, mas sim, estou triste”, admitiu Halep, após a terceira final do Grand Slam que disputou e perdeu. “Ela estava mais fresca, tinha mais energia e eu estava muito casada. Senti-me pronta, mas o meu corpo não, porque tive muitos encontros longos”, explicou a romena de 26 anos.

Destaque para a final de juniores masculinos que sagrou Sebastian Korda, filho de Petr Korda, campeão em Melbourne, há, exactamente, 20 anos.

Na manhã deste domingo (8h30), Roger Federer e Marin Cilic disputam a final masculina.

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