Supremo venezuelano proíbe que a oposição se apresente unida a eleições

Além da coligação Mesa de Unidade Nacional, foram ilegalizados dois partidos da oposição, o Vontade Popular e o Pontes.

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Reuters

A coligação Mesa de Unidade Democrática (MUD) não vai poder apresentar um candidato às eleições presidenciais na Venezuela, que se vão realizar até 30 de Abril. O Supremo Tribunal ordenou na quinta-feira à noite à Comissão Eleitoral que exclua esta aliança, por violar a lei que proíbe a dupla militância (neste caso, num partido e numa coligação).

A decisão do Supremo, um órgão dominado por juízes favoráveis ao Partido Socialista Unido da Venezuela, no poder, impede a oposição de ter um candidato único, obrigando os partidos da oposição a fraccionarem os votos. A decisão é favorável ao Presidente Nicolás Maduro, que tem cada vez mais hipóteses de ser reeleito, depois de nas últimas eleições ter vencido por uma muito curta margem o candidato do MUD, Enrique Capriles.

Capriles foi proibido de participar nas próximas presidenciais e já tinha anunciado a sua saída da MUD.

O anúncio do Supremo foi feito horas depois de ter sido anunciada a ilegalização dos partidos Vontade Popular, fundado por Leopoldo López, e Pontes, por não responderem à ordem de “renovação” da comissão eleitoral – uma medida que implicava a alteração do nome das formações. “Ao não respeitarem a convocatória de renovação, a Comissão Eleitoral decidiu automaticamente cancelar os partidos por nã ocumprirem os requisitos da lei”.

O Vontade Popular é um dos maiores partidos do MUD e já tinha feito saber que não mudaria de nome. Foi fundado por Leopoldo López há seis anos e nas eleições legislativas de 2015 elegeu um número considerável de deputados. Importantes figuras da oposição fazem parte dele: Freddy Guevara, Luis Florido e Carlos Vechio. Parte da sua direcção está detida (López) ou exilada.

A Comissão Eleitoral anunciou no final de 2017 que o Vontade Popular, o Pontes, a Acção Democrática e o Primeiro Justiça deviam renovar as suas credenciais em Janeiro de 2018, isto para continuarem legalizados. O Acção Democrática e o Primeiro Justiça, com uma linha política mais moderada do que o Vontade Popular, optaram por fazer as mudanças. 

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