Teatro
Em viagem para a Amazónia, a mala voadora aterrou no Rivoli
O plano da mais recente viagem da companhia de teatro mala voadora é este: pegar num grupo de artistas da vanguarda e ir para a floresta da Amazónia fazer uma telenovela ecológica. Sim, leu bem e faz sentido, garantem eles: “As pessoas interessam-se, é ético, é urgente, vai ter audiências.”
Mas, para resultar, tem de parecer credível. Por isso é que na floresta de pinheiros de plástico que lançou raízes na primeira quinzena de Novembro em Lisboa, passou por Braga e agora chega ao Porto, quase tudo é reciclado – o cenário já se estreou por outros lados, o desenho de luz é emprestado, as músicas estão a descobrir o que é economia circular, as ideias já tinham saído de outras cabeças, algumas das falas de outras bocas.
O “eco-espéctaculo”, como lhe chama o encenador Jorge Andrade, é o prolongamento de Moçambique e é apresentado hoje, sexta-feira, 26 de Janeiro, às 21h30 e amanhã, sábado, no Rivoli, às 19h00. E, já agora, os moralismos ficam fora da porta: nesta floresta em que "nada é o que parece" também “não há boas intenções”. Renata Monteiro