Estado de saúde de Assange em situação “perigosa”

Três médicos que examinaram o fundador do WikiLeaks escreveram um texto no Guardian onde apelam que lhe seja concedido acesso seguro a um hospital britânico.

Foto
Assange está exilado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 LUSA/ANDY RAIN

Mais de cinco anos depois de ter entrado em exílio na embaixada do Equador em Londres, a saúde de Julian Assange terá piorado e o activista encontra-se agora numa situação “perigosa”, segundo três médicos que examinaram o fundador do WikiLeaks e que expuseram as suas preocupações num texto publicado no Guardian.

Para além das preocupações com o estado de saúde mental e física de Assange, os médicos – Sondra Crosby, médica e professora na faculdade de medicina da Universidade de Boston, o psicólogo Brock Chislom, e Sean Love, médico num hospital de Boston – apelam a que seja garantido acesso seguro a um hospital britânico, algo que, segundo dizem, não aconteceu até aqui.

Os médicos examinaram Assange durante 20 horas ao longo de três dias em Outubro: “Enquanto os resultados da avaliação estão protegidos pela confidencialidade médico/paciente, é a nossa opinião profissional de que o confinamento contínuo é perigoso psicológica e fisicamente para ele e uma clara violação do seu direito humano aos cuidados de saúde”.

“É inconcebível que Assange esteja na posição de ter de decidir entre evitar a prisão e potencialmente sofrer consequências para a sua saúde, incluindo a morte, e a necessidade de chamar uma ambulância se ocorrer uma crise que ameace a sua vida, como um ataque cardíaco”, escrevem. “Além disso, a nossa avaliação revela que ele não teve acesso a luz solar, ventilação adequada ou espaço externo por mais de cinco anos e meio”, continuam.

Os autores do artigo pedem assim que as autoridades médicas do Reino Unido exijam que seja concedido o acesso seguro a um hospital a Assange.

Julian Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres em Junho de 2012 para escapar ao mandado de detenção europeu, na sequência de acusações de violação na Suécia, as quais sempre negou, dizendo que as relações sexuais com a queixosa foram consentidas. O mandado foi retirado em Maio do ano passado.

Apesar da decisão da procuradoria sueca, Assange continua na representação diplomática por receio de ser detido pelas autoridades britânicas e deportado para os Estados Unidos, onde pode ser julgado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais. O WikiLeaks, lançado em 2006, divulgou ilegalmente, em finais de Novembro de 2010, milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos, tornando Julian Assange e o seu site um alvo da Administração norte-americana.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários