Roubaram um milhão de euros em vinho ao presidente do Goldman Sachs

Um mordomo terá desviado várias garrafas de vinhos raros, entre as quais sete do mítico Romanée-Conti. Quem era o patrão? O co-presidente do banco Goldman Sachs.

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Nelson Garrido

Pode não passar de coincidência, mas é com banqueiros que habitualmente se cruzam as histórias com os vinhos de preços exorbitantes. A última apareceu estes dias, com a prisão de um mordomo que terá desviado ao ex-patrão à volta de um milhão de euros em garrafas de vinho, entre as quais sete do mítico Romanée-Conti. E quem era o patrão? Pois claro, o co-presidente do banco Goldman Sachs, em cujo apartamento, no centro de Nova Iorque, a garrafeira acolhia em permanência à volta de um milhar de garrafas das mais cobiçadas.

Talvez porque habituados a lidar com milhões e a relativizar os valores, os banqueiros parecem dados a estas coisas dos vinhos milionários. Todos se lembram do célebre jantar de Londres, no restaurante Petrus, onde a conta de vinhos rondou os 50 mil euros. Eram apenas cinco, mas, pelos vistos, com muito bom gosto. Beberam do mais caro e até pagaram do próprio bolso, mas mesmo assim os cinco executivos do Barclays Bank acabaram despedidos.  

No caso de David Solomon, assim se chama o co-presidente do Goldman Sachs, a gula esteve antes do lado do empregado, que estava encarregado de cuidar da sua valiosa garrafeira particular. O roubo foi detectado já em Novembro de 2016, mas só agora tornado público, com a prisão do antigo mordomo, na terça-feira da semana passada, no aeroporto de Los Angeles, quando se preparava para sair dos EUA. 

Foi o próprio banco a divulgar que a investigação da polícia se iniciou depois de ter sido detectada a falta das sete garrafas da casa Romanée-Conti. A informação detalhava que tinham custado 133.650 dólares, mas sem especificar, no entanto, quais os vinhos ou colheitas. Pelos vistos, além de gerir a garrafeira do apartamento de Central Park, o mordomo estava também encarregado de manter devidamente apetrechada de vinhos a cave da casa de praia do banqueiro, em Long Island. 

A acusação agora formulada pelas autoridades de Nova Iorque indica que nessas viagens terá estabelecido contacto com um comerciante de vinhos da Carolina do Norte, que passou a abastecer com alguns dos vinhos mais raros e de elevado valor. A polícia concluiu que os roubos aconteciam já desde 2014, tendo avaliado em mais de 1,2 milhões de dólares o valor das garrafas desviadas da valiosa cave do banqueiro.

 

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