Funcionários da limpeza urbana protestam contra condições de trabalho

Entre as razões de descontentamento está o facto de o refeitório ter sido encerrado por falta de condições.

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MIGUEL MANSO

Trabalhadores afectos ao serviço municipal de remoção/limpeza urbana do Complexo de Marvila, em Lisboa, concentraram-se nesta quarta-feira em frente aos Paços do Concelho, em protesto contra as "más condições de trabalho".

Os cerca de 30 trabalhadores do serviço diurno do Complexo de Marvila estiveram concentrados juntamente com Vítor Reis e Luís Dias, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, tendo uma delegação sido recebida pelo vice-presidente da autarquia, Duarte Cordeiro.

Os representantes dos trabalhadores entregaram ao autarca um caderno reivindicativo em que explicam as razões do seu descontentamento, destacando-se o facto de o refeitório ter sido encerrado por falta de condições, sem uma alternativa.

"O complexo está num sítio escondido da cidade, muita vezes esquecido pelo executivo municipal, que conhece os problemas que afectam os trabalhadores, mas, até agora, tem dado respostas inconsequentes face às condições de saúde e segurança no trabalho que façam respeitar os seus direitos", afirmou à Lusa o sindicalista Luís Dias.

Segundo o representante, o abaixo-assinado entregue nesta quarta-feira foi assinado por 80% dos trabalhadores (dos períodos diurno e nocturno), "o que representa que estão em força no processo reivindicativo".

"Há dois meses que foram assumidos compromissos para resolução dos problemas, mas não passaram disso: palavras vazias e sem consequência", insistiu.

Outro problema apontado é a realização ao ar livre da chamada 'hora do ponto', na qual é distribuído o trabalho do dia: "Nesta altura do ano não é agradável ao frio e à chuva", explicou.

Nuno Costa, que trabalha no Complexo de Marvila há quatro anos, adiantou à Lusa que as condições de trabalho que encontra diariamente "são horríveis", inclusive nos balneários, e lembrou que não há refeitório ou zona de lazer.

"Passei de um posto com todas as condições para trabalhar no de Marvila, que não tem. É um buraco, é uma cova para a qual fomos jogados", frisou.

No final do encontro com Duarte Cordeiro, o presidente do sindicato, Vítor Reis, explicou à Lusa que o responsável pelo pelouro da Higiene Urbana assegurou estar "em período de concurso a aquisição ou aluguer de um contentor para suprir as necessidades de um refeitório/cozinha" no posto de Marvila.

"Só tememos que o provisório se torne definitivo. Como está prevista a mudança para o posto dos Olivais, aceitamos que será a solução para este problema", sublinhou Vítor Reis, congratulando-se com o facto de o executivo ter assumido hoje a "responsabilidade política" dos problemas destes trabalhadores e agendado uma reunião para a próxima semana com os serviços e o sindicato.

Fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa avançou que a autarquia reconhece que em Marvila "as condições que se verificam não são as ideais", pelo que está "a decorrer um processo de aquisição de uma copa que vai funcionar em breve, e temporariamente, numa estrutura modular, enquanto não terminam as obras nos Olivais, que se prevê que estejam concluídas até ao final do ano".

De acordo com a mesma fonte, a autarquia vai concentrar os trabalhadores operacionais da remoção no Complexo dos Olivais, cujas obras estão em curso.

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