PS quer consensos, mas não à força

Socialistas levaram as jornadas parlamentares divididos entre pedir apoio ao PSD para reformas como a descentralização e aplicação dos fundos europeus e garantir a continuidade da aliança à esquerda.

Foto
LUSA/PAULO NOVAIS

Por um lado, querem todos os partidos de acordo, leia-se sobretudo o PSD, em matérias como a descentralização ou a aplicação dos fundos comunitários. Por outro, garantem a PCP, BE e PEV que a maioria está forte e recomenda-se para futuro. Foi neste limbo que se passaram as jornadas parlamentares do PS em Coimbra nestes últimos dois dias.

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, foi pedir aos deputados do PS que tudo façam para que o processo de descentralização esteja concluído até ao Verão. Mas, para isso, precisam da aprovação por parte dos sociais-democratas e isso depende da nova liderança de Rui Rio, que, lembrou o governante, enquanto presidente da Câmara do Porto defendia maior autonomia.

O partido também quer "consensos mais amplos possíveis" no que toca a outros assuntos, como a aplicação dos fundos comunitários, e vai propor uma comissão eventual na Assembleia da República para debater o tema, obrigando assim o PSD e o CDS a pronunciarem-se. 

Carlos César, líder da bancada parlamentar, encerrou as jornadas a dizer que quer esses consensos, sim, mas "com todos os que os aceitem". "A pluralidade própria da democracia não pode nem deve ser prejudicada por consensos quase totalitários", começou por dizer, para em seguida acrescentar que o partido "não anda no 'mercado partidário' à procura de novos aliados, mas em diálogo com todos os que o aceitem".

Esta última afirmação acaba por ir ao encontro do que defendeu António Costa no dia anterior, quando clarificou a estratégia do partido depois da eleição de Rui Rio. "Quando se está bem acompanhado, não se muda de companhia. E, por isso, a primeira coisa a fazer é seguir o caminho que iniciámos há dois anos com a companhia que temos há dois anos", disse o primeiro-ministro.

Sugerir correcção
Comentar