Jeff Sessions foi interrogado no inquérito à interferência russa nas eleições

Robert Mueller considera que o procurador-geral pode ter um papel fundamental na investigação às suspeitas de conluio entre a campanha de Trump e Moscovo e a um possível crime de obstrução à justiça cometido por Donald Trump.

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LUSA/MICHAEL REYNOLDS

O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, foi interrogado durante várias horas na semana passada no âmbito da investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller à interferência russa nas eleições norte-americanas de 2016 e às suspeitas de obstrução à justiça por parte do Presidente Donald Trump.

A notícia é avançada esta terça-feira pelo New York Times, que confirmou a informação junto da porta-voz do Departamento de Justiça, Sarah Isgur Flores. De acordo com o mesmo jornal, esta será a primeira vez um membro do governo de Donald Trump é interrogado por Mueller. No caso de Sessions, o interrogatório ter-se-á centrado nas duas linhas de investigação em curso: as ligações russas e as suspeitas de obstrução à justiça.

Ou seja, e segundo escreve o jornal, Mueller considera que Sessions pode ser uma testemunha fundamental para se perceber se a campanha de Trump teve alguma ligação com Moscovo com o objectivo de influenciar o curso das eleições presidenciais norte-americanas de 2016, e se o agora Presidente tentou travar a investigação a essas suspeitas.

O procurador-geral anunciou em Março que se iria afastar de qualquer inquérito relacionado com as suspeitas de interferência russa, uma decisão que foi criticada publicamente por Trump e que surgiu dias depois de ter sido revelado que Sessions omitiu ao Congresso que se tinha encontrado duas vezes com o então embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak, durante a campanha presidencial. Sessions liderou também a equipa de política internacional da campanha de Trump que foi responsável pela estratégia a adoptar em relação à Rússia, tendo-se encontrado com outros dirigentes russos para além de Kislyak.

No que respeita à possível obstrução à justiça por parte do Presidente, Sessions pode ter um papel importante pois, enquanto procurador-geral, esteve directamente envolvido no despedimento de James Comey, então director do FBI que mais tarde disse ao Senado ter sido pressionado por Trump no sentido de encerrar a investigação ao dossiê russo.

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