Tentativa da Fox para controlar totalmente a Sky bloqueada pelo regulador

Controlo excessivo dos meios de comunicação social no Reino Unido não é do interesse público, defende o regulador.

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Robert Murdpch, presidente da Fox Reuters/Mike Segar

O grupo de media britânico 21st Century Fox viu nesta terça-feira as autoridades reguladoras britânicas bloquearem provisoriamente as suas intenções de assumir o controlo do capital dos canais Sky que ainda não detinha.

Com a operação, a empresa liderada por Rupert Murdoch queria passar a deter mais 61% da Sky, uma rede de canais na área do entretenimento, desporto e saúde. No entanto, na sua análise à operação, a Autoridade para a Concorrência e os Mercados considerou que esta não é do “interesse público”, já que daria à família Murdoch um controlo demasiado grande sobre os órgãos de comunicação social no Reino Unido.

Neste momento, a Fox controla canais de televisão, rádios e jornais que são consumidos por cerca de um terço da população britânica, com destaque para o Times, Sunday Times e The Sun.

A explicar a decisão, a presidente da autoridade reguladora, Anne Lambert, defendeu ser “muito importante que nenhum grupo ou particular tenha demasiado controlo dos nossos meios de informação ou demasiado poder para afectar a agenda política”. Por seu lado, a Fox disse estar “desiludida” com a decisão, mas mostrou vontade de dialogar com o regulador antes de a decisão definitiva ser adoptada, em Maio.

Até lá, é possível que as duas partes discutam eventuais “remédios” à operação, que podem passar eventualmente por separar o canal Sky News do resto do grupo ou por encontrar formas de a Fox não poder controlar aquilo que é apresentado no canal noticioso.

Numa decisão mais positiva para a Fox, a Autoridade para a Concorrência e os Mercados também considerou que o grupo de Robert Murdoch não iria contra o interesse público no que diz respeito aos padrões de qualidade dos canais televisivos, um factor que também estava a ser analisado.

A 21st Century Fox está neste momento envolvida numa outra operação de ainda maior dimensão, com a Disney a tentar finalizar nos Estados Unidos a compra do grupo por 52.400 milhões de dólares (cerca de 44.500 milhões de euros).

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