Ex-líder catalão admite referendo nacional

Em Copenhaga, Puigdemont diz que há soluções que nunca chegaram a ser debatidas, evocando uma possibilidade já colocada por um ministro espanhol.

Puigdemont na conferência em Copenhaga
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Puigdemont na conferência em Copenhaga Ricardo Ramirez/EPA
Muitos estudantes quiseram fotografar-se com o ex-líder catalão
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Muitos estudantes quiseram fotografar-se com o ex-líder catalão Reuters

Convidado pela Universidade de Copenhaga para falar sobre o processo independentista num debate em que contou com oposição feroz de dois professores de Ciência Política, Carles Puigdemont regressou a muitas das ideias que repete desde que chegou a Bruxelas: que os catalães sempre pediram “diálogo” a Mariano Rajoy, que o Estado espanhol tem sido autoritário na Catalunha e que a UE se devia envolver.

Mas na resposta a uma pergunta do professor Christian Rosboll sobre um eventual referendo nacional que coloque a questão da soberania catalã afirmou algo diferente: “Ninguém pôs em cima da mesa de negociações que vote todo o Estado; esta poderia ser uma proposta ou uma solução”, disse Puigdemont.

É muito pouco provável que esta possibilidade chegue algum dia à mesa das negociações, isto apesar de ter sido formado um comité para rever a Constituição – a actual não permite que se vote a secessão de uma região ou autonomia.

A revisão não alterará nada em relação às possibilidades de organizar referendos, tem garantido Rajoy. O PSOE, que sempre defendeu que a solução catalã passa por uma maior autonomia inscrita na Lei Fundamental, chegou em tempos a admitir uma consulta em todo o país. E, de forma pouco directa, o mesmo foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol numa entrevista à BBC já em Novembro.

Depois de explicar que a revisão constitucional passa por “acomodar melhor as aspirações de alguns catalães", Alfonso Dastis, admitiu a existência “de uma situação política que merece atenção” (Rajoy insiste sempre que este é um problema legal, não político), antes de acrescentar: “É claro que a decisão terá de ser tomada por todos os espanhóis”.

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