VI Congresso do Livre assume objectivo de chegar ao Parlamento em 2019

Partido criticou a política ambiental da actual maioria de esquerda na Assembleia da República.

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Fernando Veludo/NFactos

O Livre elegeu neste sábado novos órgãos dirigentes no VI Congresso, reiterou o objectivo de conquistar lugares no Parlamento Europeu e na Assembleia da República em 2019 e criticou a política ambiental da maioria de esquerda.

Isabel Mendes Lopes, do novo Grupo de Contacto, o órgão de direcção do partido, expressou vontade de "conquistar finalmente" para o Livre "um lugar na casa da democracia, a Assembleia da República".

No VI Congresso, que decorreu sob o lema "A Esquerda Verde para Desenvolver Portugal, Democratizar a Europa e Proteger o Planeta", Rui Tavares foi eleito para a Assembleia, o órgão máximo entre congressos, composto por 50 elementos, 25 homens e 25 mulheres.

Para as eleições de 2019, na moção da única lista que se apresentou a votos, reitera-se que, "como desde a fundação do Livre", a fasquia deve estar "na vontade de conquistar representação política no Parlamento Europeu" e assume-se o apoio a "propostas inovadoras", como as listas transacionais.

No discurso de encerramento do congresso, que decorreu em Lisboa, no auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro, Isabel Mendes Lopes criticou a abordagem do Governo e da maioria de esquerda às políticas públicas de ambiente, de acordo com informação divulgada em comunicado pelo partido. O balanço negativo inclui a "desastrosa aprovação do CETA [acordo comercial da União Europeia com o Canadá] sem qualquer debate sério na sociedade civil, passando pela insistência na prospeção de hidrocarbonetos, pela forma como tacitamente se aceitou o prolongamento do período de operação da central nuclear de Almaraz e pela incapacidade de assimilar as recomendações que a comunidade científica tem frisado no que concerne à pesca da sardinha ou ao regresso das actividades cinegéticas na Serra da Malcata."

Isabel Mendes Lopes considerou também "inconcebível que, na construção de uma lei sobre o financiamento dos partidos, não sejam auscultados todos os partidos, inclusive aqueles não representados na Assembleia da República e outras organizações relevantes". A dirigente fez ainda um balanço positivo da prestação do partido nas eleições autárquicas de Outubro de 2017 e "das convergências à esquerda alcanças com o PS em Lisboa e Felgueiras e com o Bloco de Esquerda em Loures".

Na moção de estratégia geral apresentada ao Congresso, define-se o Livre como "o partido da esquerda verde, libertária e europeísta" em Portugal. "É este o espaço político do ‘meio da esquerda' que pretendemos ocupar desde a nossa fundação e pelo qual trabalharemos nos próximos dois anos", declaram.

Na moção, defende-se que a direcção do Livre deve estar atenta e "acompanhar o debate feito nas instituições europeias sobre propostas inovadoras como é o caso das listas transnacionais". "Sempre que possível, o Livre deve liderar em Portugal a apresentação dessas e de outras propostas e marcar o debate nacional com as suas posições. No entanto é fundamental que o Livre não se isole na preparação do acto eleitoral e da campanha", argumenta-se.

Na moção defende-se que o partido deve ter a capacidade de reunir à sua volta "aqueles que, no eixo progressista do espectro político, consideram fundamental uma democratização da União Europeia e um relançamento deste projeto político, social e económico".

A lista eleita para o órgão de direcção do Livre é composta por Ana Raposo Marques, Aurora Cerqueira, Carlos Teixeira, Eduardo Viana, Florbela Carmo, Isabel Mendes Lopes, Joacine Katar Moreira, Jorge Pinto, José Manuel Azevedo, Marta Loja Neves, Patrícia Gonçalves, Paulo Velez Muacho, Pedro Mendonça, Pedro Nunes Rodrigues e Safaa Dib.

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