Taliban reivindicam ataque a hotel que fez mais de 30 mortos

Ao fim de 13 horas, forças afegãs puseram fim a assalto ao Hotel Intercontinental de Cabul. Fonte governamental avança que o número final de mortes ultrapassa as três dezenas. Há pelo menos 14 vítimas estrangeiras.

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Forças especiais do Afeganistão puseram fim ao ataque de homens armados, vestidos com uniformes do exército afegão, ao Hotel Intercontinental de Cabul, em que mais de 30 pessoas foram mortas, pelo menos 14 das quais estrangeiros, segundo avança à Reuters uma fonte do Governo afegão.

Os taliban já reivindicaram este ataque, que começou no sábado, às 21h locais (15h30 em Portugal continental). O Governo afegão atribuiu a autoria do ataque à rede Haqqani, um grupo relacionado com os Taliban que em 2011 tinha já atacado este hotel de luxo, construído nos anos 1960. Mas um porta-voz dos Taliban reivindicou directamente a autoria do atentado.

O número de vítimas mortais do ataque ainda é incerto e deverá crescer. Cerca das 21h de domingo em Cabul (15h30), uma fonte governamental indicava então à Reuters que mais de 30 pessoas tinham morrido e que havia um número superior de feridos. Todos os cinco atacantes morreram também no ataque.

Só a companhia aérea afegã Kam Air terá perdido pelo menos dez dos cerca de 40 tripulantes que tinha alojado no hotel. Na manhã de domingo, o vice-director da empresa, Zamari Kamgar, dizia que ainda estava a tentar localizar o seu pessoal, e ainda não era claro o que tinha acontecido a todos os seus funcionários.

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Um homem cai quando tenta escapar do quarto andar do hotel pelo lado de fora EPA/JAWAD JALALI

Segundo a imprensa local, entre os tripulantes mortos estarão cidadãos da Ucrânia e da Venezuela. Diversas fontes oficiais avançaram ao longo das últimas 24 horas um número de vítimas estrangeiras entre seis e 14, admitindo que a cifra final seja maior.

'Não deixem ninguém vivo'

Abdul Rahman Naseri, um hóspede que estava no hotel para assistir a uma conferência, estava no hall de entrada com viu quatro dos atacantes vestidos com uniformes do exército. "Gritavam em pashtun [uma linguagem local] e diziam 'não deixem ninguém vivo, bom ou mau. Atirem a matar', gritou um deles. Corri para o meu quarto no segundo andar. Abri a janela e tentei fugir saltando para uma árvore, mas o ramo partiu-se e cai ao chão. Magoei as costas e parti uma perna", contou à Reuters.

Segundo outros relatos divulgados no sábado, quatro homens armados assaltaram aquela unidade hoteleira fortemente guardada e situada no topo de uma colina em Bagh-e-Bala. Seguiram-se horas de tiroteio entre o grupo armado e as forças de segurança.

Na altura, pelo menos 43 membros de autoridades locais estavam reunidas no hotel, que já tinha sido atacado pelos taliban em 2011, segundo recorda a BBC.

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