Twitter vai notificar 700 mil americanos devido a mensagens ligadas ao Kremlin

Rede social identificou milhares de contas ligadas a um exército de "trolls" que esteve particularmente activo durante o período de eleições nos EUA, em 2016.

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Os responsáveis do Twitter vão contactar por email quase 700 mil utilizadores dos EUA para os informar de que seguiram contas, partilharam ou interagiram de alguma forma com mensagens oriundas de um exército de "trolls" que estarão ligados ao Kremlin. Num texto publicado no blogue desta rede social, os mesmos responsáveis dizem que identificaram milhares de contas ligadas a um grupo que esteve particularmente activo durante o período eleitoral de 2016, que culminou com a eleição de Donald Trump para a presidência.

Em causa estão mensagens postas a circular no Twitter por contas ligadas à Internet Research Agency, ligado ao Kremlin, que operava a partir de São Petersburgo e que actuava no sentido de "promover o caos e a divisão na sociedade norte-americana".

"Em linha com o nosso compromisso com a transparência, vamos enviar emails a 677.775 pessoas nos EUA que seguiram uma destas contas ou partilharam ou interagiram com alguma mensagem destas contas durante o período eleitoral", declaram os responsáveis do Twitter, no referido texto publicado na sexta-feira. Tais contas propagandísticas foram entretanto "identificadas e suspensas" e o conteúdo em causa "já não está publicamente disponível". No longo texto publicado no blogue, o Twitter reproduz alguns exemplos de mensagem que foram apagadas e quem teriam sido postas a circular com o objectivo de intoxicar o debate público nos EUA.

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No total, estão em causa 175.993 mensagens oriundas de 3814 contas ligadas àquela entidade. Cerca de 8,4% destas mensagens estavam relacionadas com a campanha eleitoral de 2016, que opôs Trump à candidata Hillary Clinton, do Partido Democrata.

As interferências russas são tema em investigação no Congresso e o Twitter (tal como o Facebook) é uma das partes que tem estado a prestar contas em Washington, tendo enfrentado diversas críticas por ter permitido que a propaganda ganhasse escala e ter tentado vender anúncios publicitários a organismos russos, durante a campanha eleitoral, como o canal RT, apoiado pelo governo russo. Mais tarde, acabaria por anunciar que deixou de aceitar publicidade deste canal bem como de outro órgão de informação sediado na Rússia, a Sputnik.

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