Rui Vitória encontrou a fórmula para recolocar o Benfica na luta

Novamente em 4x3x3 e com mais uma exibição autoritária, os “encarnados” derrotaram o Desp. Chaves de forma clara, por 3-0. Jonas bisou pela quarta vez no campeonato.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Após uma primeira metade da época penosa, com mais exibições medíocres do que satisfatórias, Rui Vitória parece ter encontrado a fórmula para recolocar o Benfica na luta pela conquista da única prova que os “encarnados” podem vencer nesta temporada. Tal como tem acontecido desde a 11.ª jornada, quando as “águias” venceram em Guimarães, o técnico manteve a aposta no 4x3x3 e o resultado foi mais uma exibição autoritária dos benfiquistas. Frente ao Desp. Chaves, uma das equipas mais competentes do campeonato português, o Benfica dominou a partida por completo e venceu de forma inequívoca, por 3-0, na Luz. Com o quarto “bis” na prova, Jonas passou a somar 23 golos na I Liga.

A 5 de Novembro, quando o Benfica viajou até Guimarães, Rui Vitória já tinha visto escorregar por entre os dedos sete pontos e as exibições “encarnadas” teimavam em deixar os rivais com um sorriso nos lábios. Com a época à beira do abismo, o técnico abdicou do 4x4x2 que lhe tinha garantido dois títulos nacionais, e avançou para o plano B: 4x3x3, com Jonas sozinho na zona central do ataque e Krovinovic como peça-chave no meio-campo. Para já, os números comprovam que a fórmula se tem revelado uma poção mágica para o Benfica. Com Krovinovic no “onze” e o novo esquema táctico, as “águias” somam, em nove jornadas, sete triunfos (25 golos marcados e quatro sofridos) e dois empates frente aos rivais directos: FC Porto, no Dragão, e Sporting, na Luz.

Com apenas um problema para resolver (castigo de André Almeida), Rui Vitória tinha a possibilidade de fazer recuar Salvio no terreno (o argentino já desempenhou esse papel na sua selecção), mas quem surgiu no lado direito da defesa foi Douglas. Já utilizado na Liga dos Campeões, Taça de Portugal e Taça da Liga, o brasileiro emprestado pelo Barcelona estreou-se no campeonato, mas voltou a não impressionar. Já recuperado de lesão, Luisão sentou-se no banco e a dupla de centrais voltou a ser formada por Jardel e Rúben Dias. A atravessar uma boa sequência (oito jornadas sem derrotas), o Desp. Chaves manteve o figurino habitual, mas Luís Castro teve uma baixa de peso: o castigado Matheus Pereira foi substituído por Jorginho.

O jogo acabou por ser mais simples do que se previa para o Benfica. Apostando numa pressão alta desde o apito inicial e com Fejsa a tapar todos os caminhos da baliza de Bruno Varela, as “águias” foram empurrando os flavienses para a sua área e, em 20 minutos, sentenciaram a partida com Jonas, mais uma vez, no papel de actor principal. Aos 13’, assistido por Krovinovic, o brasileiro rematou de fora de área e fez o melhor golo do jogo; seis minutos mais tarde, Salvio cruzou da direita e o “10” do Benfica desviou com qualidade para o fundo da baliza, festejando o 23.º golo em 19 jornadas. Jonas, que marca há oito jogos consecutivos, neste campeonato, só não marcou ao FC Porto.

Apesar da cómoda vantagem, o Benfica não baixou o ritmo e continuou a ser a única equipa a estar próxima do golo, mas Grimaldo (23’), Salvio (27’) e Jonas (39’ e 43’) não conseguiram dilatar a vantagem dos “encarnados”.

Não foi na primeira parte, mas o terceiro das “águias” não demorou a surgir, inviabilizando qualquer estratégia definida por Luís Castro ao intervalo: aos 47’, Cervi colocou à entrada da área, Pizzi rematou e a bola entrou na baliza de António Filipe, que não fica isento de culpa. A partir daí, o Benfica geriu a partida. Sem perder o domínio, os “encarnados” baixaram o bloco e deixaram que os transmontanos trocassem a bola no seu meio-campo, mas a única má notícia para Rui Vitória chegou já em cima do minuto 90, com a lesão de Krovinovic que, se for grave, pode voltar a baralhar a época benfiquista.

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