BE recomenda activação imediata de plano de contingência para retirar os sem-abrigo da rua

Grupo municipal bloquista evoca “falta de vontade política de Rui Moreira” para aplicar medida que "permitiria abrir camas para pessoas em situação de sem-abrigo"

Foto
Sem-abrigo suportam temperaturas baixas Adriano Miranda / Arquivo

Para o BE, Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, apresenta “uma política de anúncios”, que não se materializa em “políticas concretas”, sobretudo na área social. Em concreto, defende-se que o plano de contingência para o frio deveria ser imediatamente accionado, “colocando camas à disposição dos sem-abrigo, com a abertura da segunda ala do centro de acolhimento de emergência”. Estas declarações foram prestadas após uma  reunião entre Pedro Lourenço e Susana Constante Pereira (Bloco de Esquerda) com Raquel Rebelo (Médicos do Mundo), em que se discutiu o problema dos sem-abrigo na cidade do Porto e foram debatidas as possíveis soluções para amenizar esta questão.

Raquel Rebelo, em representação da delegação do Porto da organização não-governamental Médicos do Mundo, que acompanha pessoas em situação de sem-abrigo, refere que, na base de dados da organização se encontram sinalizadas 221 pessoas. O facto de “não existirem políticas de longa duração” prejudica o processo de reabilitação, diz a activista. Acrescenta ainda que a parte mais difícil do processo de reabilitação é “manter as pessoas fora da rua”, sendo para isso necessário um acompanhamento e investimento continuado "que não tem sido concretizado". 

“Registam-se cada vez mais sem-abrigo jovens”, lamenta a representante da ONG. A falta de ligação entre as várias organizações, que por vezes tratam problemas distintos, dificulta a acção eficaz junto destas pessoas em situações de risco. Para Raquel Rebelo, deveria existir uma resposta conjunta, defendendo que “a sociedade civil tem de participar nesse processo” para melhorar a probabilidade de sucesso. 

Na opinião dos bloquistas “a acção social no Porto é o elo mais fraco há vários executivos”, referindo que "apenas 3% do orçamento global do município trata as questões sociais" e “apenas uma parte desse valor vai para a resolução do problema dos sem-abrigo". Os dois representantes do BE presentes na reunião mencionaram o facto de a câmara possuir “milhares de casa” que, na opinião do grupo, nestes últimos quatro anos “não foram restauradas” para servir de acolhimento a pessoas em situação de risco.  

Texto editado por Ana Fernandes

 

Sugerir correcção
Comentar