Hóquei em patins: a “militarização” do desporto?

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O relógio marca as 5h. Sob o "frio cortante" da madrugada, na serra de Bucelas, em Loures, dez jogadores da equipa de hóquei em patins do Sporting Club Portugal permanecem diante de uma piscina de água gelada. Estão "enlaçados por mãos e pés" por uma corda e terão de saltar para dentro de água ao comando de "duas figuras de negro, de cabelo rapado e vestidas de camuflado". Os gritos de coragem dos atletas são interrompidos pelo ruído dos seus corpos a submergir na água gelada e substituídos, já à superfície, "por insultos e linguajar menos próprio" dirigidos à má sorte e aos seus instrutores.

 

Frederico Bártolo, jornalista, e Mário Vasa, fotógrafo, acompanharam os vários exercícios de team-building da equipa — que incluíram rapel, escalada, combate e resistência cardiovascular — e concluem que os jogadores "não foram felizes". "Não o exteriorizaram, pelo menos", justificam. "Fechados, desprovidos de qualquer tecnologia, enfrentaram a dureza [dos exercícios], de dia e de noite, numa caserna militar, cumprindo, escrupulosamente, aquilo que os dois mentores, até então dois desconhecidos, indicavam." Bártolo acredita que os jogadores se uniram, "combateram a adversidade juntos". "Ninguém desertou, mesmo que todos tenham pensado nisso." Viu os jogadores "revoltados, felizes, aliviados ou exaustos e sem forças para pensar", mas conclui que "dificilmente esquecerão o que viveram e dificilmente voltarão a ser o que eram".

 

A reportagem do jornalista Frederico Bártolo pode ser lida integralmente aqui.