Manifestantes que se despiram em frente ao portão de Auschwitz foram condenados

Um protesto contra a guerra na Ucrânia terá estado na origem do incidente que em 2017 levou onze pessoas, homens e mulheres, a acorrentarem-se ao portão de uma das mais eficazes máquinas de morte nazi.

Os envolvidos neste incidente compreendem idades entre os 20 e os 27 anos
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Os envolvidos neste incidente compreendem idades entre os 20 e os 27 anos LUSA/Jacek Bednarczyk
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Os sete homens e quatro mulheres que se despiram integralmente e se acorrentaram às grades do portão principal do campo de concentração de Auschwitz, depois de terem morto uma ovelha, foram condenados por profanação. Um tribunal da cidade polaca de Oswiecim condenou dois membros do grupo a pena de prisão superior a um ano e multou os restantes, noticia a BBC.

O incidente ocorreu em Março de 2017, junto às grades do portão principal deste complexo de quatro campos de concentração no sul da Polónia e onde estão afixadas as palavras “Arbeit Macht Frei” (“O trabalho liberta”). Na altura, as autoridades policiais disseram não ser claro o motivo que terá levado ao incidente, mas o grupo referiu mais tarde tratar-se de um protesto contra a guerra na Ucrânia. 

O director do museu de Auschwitz, Piotr Cywinski, disse que o grupo ofendeu os milhões de familiares das pessoas que morreram vítimas do regime nazi – só em Auschwitz e Auschwitz-Birkenau morreram mais de 1,1 milhões de pessoas. “Estas pessoas profanaram um dos locais mais trágicos do mundo para descaradamente tentarem usá-lo para propagar ideias vagas e que nunca foram realmente explicadas”, disse o director à agência noticiosa polaca PAP.

Os envolvidos neste incidente têm idades entre os 20 e os 27 anos, sendo seis de nacionalidade polaca, quatro bielorussos e um alemão, indicou a polícia aquando da detenção. O grupo lançou um petardo no parque de estacionamento antes de se acorrentarem ao portão.

Os meios de comunicação locais reportaram que o grupo usou um drone para filmar o ocorrido e cobriram o portão com uma bandeira branca onde se podia ler a palavra “amor” escrita a vermelho. Em comunicado, o museu disse que “usar o símbolo de Auschwitz para qualquer tipo de manifestação é ultrajante e inaceitável”.

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