Trump divulgou o seu peso e fez nascer o movimento #girther

A mais recente teoria da conspiração nos Estados Unidos surgiu da esquerda: para os #girthers, o Presidente norte-americano está a mentir no peso para escapar ao rótulo de obeso.

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O movimento é uma resposta aos "birthers" Reuters/David Moir

A semana em que Donald Trump comemora o seu primeiro aniversário como Presidente dos Estados Unidos dificilmente poderia acabar sem uma qualquer polémica nas redes sociais, mais ou menos pateta. Desta vez, os utilizadores do Twitter criaram um novo movimento: depois de terem ouvido dizer que Trump mede 1,90m e pesa 108 quilos, milhares de norte-americanos dizem agora que o médico da Casa Branca só pode estar a mentir.

O movimento tem nome e tudo, por sugestão do jornalista Chris Hayes, da MSNB: para acompanhá-lo, basta procurar no Twitter a hashtag #girther, ou pesquisar na Wikipedia por "girther movement".

E porquê girther? Porque girth em inglês significa circunferência, e porque birthers é o nome pelo qual ficaram conhecidos os teóricos da conspiração (incluindo Donald Trump) que teimam até hoje que Barack Obama nasceu no Quénia e não no Havai.

O que estes utilizadores do Twitter dizem é que a Casa Branca montou uma teoria da conspiração para tirar ao Presidente norte-americano um quilo ou um centímetro – o que foi preciso para mantê-lo fora da categoria dos obesos segundo o Índice de Massa Corporal (IMC). Com os valores anunciados pela Casa Branca, o IMC de Trump é 29,9, o que o coloca na faixa "excesso de peso", mas a apenas 0,1 da categoria "obesidade".

Para apoiar esta tese, os girthers partilham fotografias de Donald Trump ao lado de atletas musculados com medidas iguais ou superiores, tanto em peso como em altura – sugerindo que o IMC do Presidente tem de ser maior do que o declarado. São também partilhadas fotografias em que Trump surge ao lado de Obama, onde ambos parecem ser da mesma altura (Obama mede 1,85m); e uma carta de condução em que o actual Presidente norte-americano mede 1,88m e não 1,90m.

Apesar de tudo, há vários problemas científicos com a avaliação de Trump através do IMC. Em primeiro lugar, o IMC serve apenas como indicador geral e não pode substituir uma avaliação médica individual. Depois, as comparações com jovens atletas musculados são injustas para Trump, um homem de 71 anos com hábitos alimentares que incluem mais hambúrgueres do que espinafres – por estas e outras razões, em regra, o IMC não deve ser aplicado a atletas, a crianças e a idosos.

Mas nenhum destes factos sensibiliza os girthers, que perante as acusações de estarem a propagar fake news respondem com mais piadas. Há até uma recompensa, e o promotor garante que está a falar a sério – o realizador do filme Guardiões da Galáxia, James Gunn, está disposto a dar 100 mil dólares a uma instituição escolhida por Trump se o Presidente norte-americano aceitar ser pesado "numa balança certa" perante "um profissional médico imparcial" escolhido por ambos.

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