Bannon disse que Casa Branca o proibiu de falar e não respondeu ao Congresso

O ex-conselheiro de Trump recusou responder às perguntas dos congressistas sobre a influência russa nas eleições de 2016.

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Steve Bannon foi questionado sobre a alegada interferência russa nas eleições dos EUA LUSA/SHAWN THEW

Steve Bannon, ex-estratega principal da Casa Branca, recusou na terça-feira responder às questões de uma das comissões de inquérito no Congresso sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e as eventuais ligações da campanha de Donald Trump a Moscovo, argumentando que a “ordem de silêncio” chegou da Casa Branca. Mas Bannon, também na terça-feira, foi intimado pelo procurador especial, Robert Mueller, a comparecer perante um Grande Júri para testemunhar no âmbito da investigação do FBI às ligações entre a campanha de Trump e agentes do Kremlin – e aqui é obrigado a responder às perguntas que lhe forem colocadas.

De acordo com as informações prestadas pelo congressista democrata, Adam Schiff, no final da audição, foi o advogado de Bannon que afirmou que este “estava disposto a responder às questões, mas foi instruído pela Casa Branca para não o fazer”. A ordem da Casa Branca foi criticada pelo democrata. “É uma mordaça”, cita o The Guardian. “Foi a primeira vez que vi uma testemunha recusar responder a questões sob instrução da Casa Branca ou a invocar privilégios da Casa Branca”, notou Schiff.

Bannon já tinha testemunhado, mas recusou responder a quaisquer perguntas sobre o período da transição da Administração Obama para a Administração Trump e os dias de hoje. 

Confrontada com a "ordem de silêncio", a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que “ninguém” encorajou Bannon a não ser transparente durante o interrogatório. Não obstante, Sanders disse que “com todas as investigações do Congresso sobre a Casa Branca, este deve consultar previamente a Casa Branca para obter material confidencial. Faz parte do processo judicialmente reconhecido que data de há décadas”, acrescentou.

"Tudo o que aconteceu enquanto Steve Bannon esteve na Casa Branca ou durante a transição... todas estas comunicações estão fora do nosso alcance. Há muitas perguntas que ficaram sem resposta devido a esta nova teoria da prerrogativa presidencial", disse Jim Himes, membro democrata de uma das comissões de inquérito do Congresso, segundo a AFP.

No livro "Fire and Fury: Inside the Trump White House", escrito por Michael Wolff, Bannon é citado a afirmar que o filho mais velho de Donald Trump, Donald Trump Jr., o seu genro, Jared Kushner, e o antigo director de campanha, Paul Manafort, se reuniram com a advogada russa Natalia Veselnitskaia para discutirem informações prejudiciais para Hillary Clinton.

"Mesmo que não pensassem que era uma coisa má, antipatriótica, até mesmo traição – e eu por acaso acho que é tudo isso –, o que deviam ter feito imediatamente era alertar o FBI", disse Steve Bannon, segundo o relato no livro de Michael Wolff

Também na terça-feira, o procurador especial Robert Mueller intimou Bannon a testemunhar perante um Grande Júri. Bannon não pode fugir a esta intimação e, "pretende colaborar totalmente com Mueller", segundo uma fonte próxima do ex- estratega, avançou o The Daily Beast na terça-feira à noite.

 

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