Adeptos zangados invadiram treino, direcção promete resposta firme

Clube nega agressões mas repudia atitude de alguns adeptos. E garante que tudo fará para impedir que o poder "caia na rua".

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A equipa comandada por Pedro Martins perdeu na mais recente jornada e segue no nono lugar da I Liga Adriano Miranda

O treino desta quarta-feira de manhã da equipa principal do Vitória de Guimarães, actual nono classificado da I Liga de futebol, foi interrompido por adeptos zangados com a carreira da equipa. O clube confirmou ao PÚBLICO que algumas pessoas que assistiam ao treino irromperam pelo campo onde se treinava a equipa orientada pelo técnico Pedro Martins, mas nega que tenha chegado a haver agressões a jogadores. Ao início da tarde, a direcção vitoriana publicou um comunicado em que "repudia veementemente o comportamento de alguns" que "invadiram a academia do clube", classificando esse acto como uma "clara tentativa de intimidação" da equipa.

Fonte do departamento de comunicação do V. Guimarães descreveu ao PÚBLICO que houve "palavras azedas", admitiu que possa ter havido contacto físico entre adeptos e pessoas ligadas ao clube, mas salientou que esses contactos físicos não foram agressões, mas antes uma forma de evitar que estas acontecessem, servindo para separar adeptos furiosos e jogadores, e tentá-los encaminhar para fora do campo. "O Vitória Sport Clube não pode em momento algum tolerar este tipo de comportamento", acrescentaria, mais tarde, a direcção do clube, no comunicado referido comunicado emitido cerca de duas horas mais tarde.

A mesma fonte contactada pelo PÚBLICO não especificou se foi apresentada queixa na PSP ou se esta foi chamada ao local, acrescentando que o clube vai estudar qual a melhor forma de responder à situação. Cerca das 12h, o presidente do clube, Júlio Mendes, chegou ao complexo de treinos, acompanhado pela PSP. No local, havia quem garantisse ter havido agressões aos jogadores, ao contrário do que refere a responsável pela comunicação do clube, que admite apenas ter havido "encontrões" ou "empurrões", destinados a evitar que a situação se agravasse. No comunicado entretanto divulgado, a gestão do Vitória vai mais longe, prometendo tomar "de imediato todas as medidas legais ao seu dispor, de forma a identificar e responsabilizar os que praticaram este acto vil".

O site de uma rádio local, a Rádio Santiago, descreve que foram cerca de 30 adeptos os que se envolveram nesta invasão, e descreve que alguns terão mesmo agredido jogadores. Tudo aconteceu no complexo desportivo do clube, por volta das 10h45. A mesma estação afirma que estes adeptos terão entrado nas instalações, pela porta do parque de estacionamento, "muitos deles encapuzados". Depois do confronto, terão deixado de imediato o local.

A medíocre carreira desportiva da equipa principal na I Liga pode estar na base desta manifestação agressiva por parte de alguns adeptos. Na mais recente jornada da I Liga, a equipa do V. Guimarães somou a nona derrota do campeonato, frente ao Desportivo de Chaves, por 4-3. Tendo descido para a nona posição, com 23 pontos, ao fim de 18 jornadas.

No comunicado da direcção, o clube reconhece que se vive "um momento sensível", uma alusão que tanto pode servir para a questão dos resultados desportivos como para o momento pré-eleitoral – em Março, os sócios serão chamados às urnas para escolherem uma nova direcção. A actual direcção de Júlio Mendes promete que, até lá, "tudo fará para que tentativas de desestabilização (...) interfiram o mínimo no normal funcionamento dos trabalhos", acrescentando que está convencida de que "a maioria dos vitorianos não se revê neste tipo de atitude". "Sabemos que outro tipo de comportamentos tenderão a ser orquestrados", declara ainda, concluindo que "o poder não pode em momento algum cair na rua" e "nunca permitirá que o clube seja gerido de fora para dentro".

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