Empresa estuda solução para a combustão lenta nas escombreiras das minas do Pejao

Empresa pública considera que não há razão para alarme, mas mandou vedar o local e instalou sensores de monitorização do ar.

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Adriano Miranda

A primeira visita que os técnicos da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) efectuaram na passada sexta feira aos terrenos da antiga Mina do Pejão, em Pedorido, Castelo de Paiva, não permitiu encontrar nenhuma evidência de que os focos de combustão que têm vindo a causar alarme na população se tenham propagado às jazidas de carvão que não foram exploradas no subsolo. Essa é a informação mais importante, porque diminui a perigosidade da situação que foi revelada na semana passada, quando saíram as primeiras noticias acerca da combustão lenta a que se estava a assistir nos territórios onde funcionou a mina que encerrou em 1994.

“A EDM verificou que os focos de combustão se encontram limitados a materiais depositados em escombreiras”, escreve a empresa pública que tem por concessão a responsabilidade de acompanhar todos os processos de encerramento das antigas áreas de exploração mineira, num esclarecimento enviado ao PÚBLICO.

A empresa pública confirma que a situação se iniciou na sequência dos violentos incêndios de 15 de Outubro que assolaram Castelo de Paiva, e que se propagaram às antigas escombreiras destas antigas minas de carvão. “Apesar da extinção dos incêndios, os materiais depositados nesta escombreira, com conteúdo em carvão, permaneceram em combustão”, acrescenta a EDM, referindo que são eles os responsáveis pela emissão dos gases que têm vindo a incomodar as populações, depois de se terem tornado mais intensos com as chuvas, “em resultado do acréscimo de evaporação de água da precipitação em contacto com os focos de combustão”.

Apesar de considerar que “esta situação não representa no imediato um motivo para alarme para a população”, a EDM colocou no local uma estação de monitorização de qualidade do ar “de forma a assegurar a medição de monóxido de carbono, óxidos de azoto, dióxido de enxofre e partículas no sentido de clarificar os impactes nas populações localizadas na envolvente”.

E apesar de os focos de combustão se localizarem em terrenos privados, a EDM “procedeu à colocação de vedações provisórias nas áreas que não estavam vedadas de modo a garantir a segurança”. “São medidas urgentes e necessárias para avaliar os efeitos nas populações dos ‘focos de combustão’ e prevenir acidentes nas zonas afetadas, enquanto decorre o estudo da solução técnica para numa primeira fase proceder à extinção dos focos de combustão e posteriormente proceder aos ajustamentos necessários nas escombreiras no sentido de evitar novas ocorrências no futuro”, conclui a empresa.

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, que acompanhou a visita dos técnicos da EDM, confirmou estar a aguardar o relatório dessa visita e as concussões da empresa pública.

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