A CDU do Porto alertou esta terça-feira para problemas no bairro da Associação de Moradores de Massarelos e para o facto de aquela entidade de utilidade pública pagar IMI, porque a verba "serviria para outros apoios", sociais ou culturais.

"Apesar de classificada como de utilidade pública, a Associação de Moradores (AM) é obrigada a pagar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) do bairro de 66 casas. São nove mil euros por ano. É um pagamento excessivo e esta questão do IMI pago pelas AM tem de ser resolvido. Isto dificulta todo o apoio social, cultural e desportivo que a AM deve prestar", explicou à Lusa a vereadora da CDU na Câmara do Porto, após uma visita ao local.

Ilda Figueiredo apontou ainda "várias carências" ao bairro, referindo-se a umas escadas inacabadas e sem corrimão que facilitam a ligação à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e a uma "conduta de água que rebentou e danificou o passeio, para além de ter deixado a habitação de uma idosa cheia de humidade".

"Na sede da AM funciona uma creche e um centro de apoio a idosos, mas a AM luta com muitas dificuldades e não recebe qualquer apoio da Câmara do Porto", afirmou a vereadora, que pretende apresentar os problemas da zona na próxima reunião do executivo, agendada para o dia 23.

Ilda Figueiredo explicou que a sede da Associação de Moradores funcionava no fundo da rua D. Pedro V, num edifício entretanto transformado em hotel, e que as novas instalações, na rua Casal do Pedro n.º 5, "ficam muito distantes do bairro". "Sobretudo as pessoas idosas têm de andar muito e acabam por não o fazer. Estas pessoas precisam de um apoio mais próximo", defendeu a vereadora.

Por outro lado, acrescentou, devido à distância entre a sede da associação e o bairro, "os moradores reclamam que um espaço municipal" situado junto às casas "seja usado para fazer um parque infantil e uma zona de estar para crianças e idosos".

"Nesta zona existe também uma cooperativa de habitação com 96 habitações e o bairro da Associação de Moradores tem 66 casas. São muitas pessoas que precisam de apoio. Para além disso, não há transporte para a parte de cima da cidade", reclama a vereadora.

Quanto às "carências do bairro da AM de Massarelos", Ilda Figueiredo esclarece que foi feita uma ligação por escadas à Faculdade de Arquitectura, o que "encurta" para "menos de cem metros" a distância que os moradores têm de percorrer" entre as casas e aquela zona da cidade, mas "as escadas não foram completadas, faltando uns cinco ou seis degraus, nunca lá foi posto um corrimão e, à noite, não têm luz". "Trata-se de um pequeno investimento para um pequeno arranjo", defendeu a comunista.

Outro "problema", indica Ilda Figueiredo, é que "há uma conduta de água que rebentou numa entrada do bairro" e isso fez com que o pavimento do passeio também rebentasse, "tornando-se perigoso" para quem ali circula. "Uma casa está mesmo cheia de humidade e tem água no chão", acrescentou.