Vale tudo para tirar a esquerda do Governo, até “vender a alma ao diabo”

As palavras são de Manuela Ferreira Leite, ex-líder do PSD, que na TSF defendeu que o PSD tem de fazer tudo para tirar a esquerda do poder.

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Ferreira Leite falou à TSF Nuno Ferreira Santos

Manuela Ferreira Leite defendeu nesta segunda-feira, na TSF, que “se for preciso, é bom o PSD vender a alma ao diabo” para pôr um ponto final na “geringonça”. A antigo líder social-democrata comentava assim as declarações de Rui Rio sobre a existência de um terceiro cenário nas legislativas de 2019 (se não ganhasse sozinho as eleições nem conseguisse maioria absoluta com o CDS): a viabilização de um Governo PS.

“Da mesma forma que o Bloco de Esquerda e o PCP têm vendido a alma ao diabo, exclusivamente com o objectivo de pôr a direita na rua, aí o PSD fica muito bem se vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua”, explicou Manuela Ferreira Leite.

Para a antiga líder do PSD, Rui Rio disse “aquilo que se espera do líder do PSD” numa circunstância de eventual derrota. “Disse exactamente aquilo que devia ter dito. Se for preciso, é bom vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua”.

António Costa disse que “não será seguramente difícil ser melhor” o entendimento com o futuro líder do PSD, Rui Rio, do que com o actual líder social-democrata, Passos Coelho. “Não será seguramente difícil de ser melhor [o entendimento]”, afirmou, ao ser questionado pelos jornalistas, em Leiria, sobre como prevê que venha a ser o entendimento com o novo presidente do PSD, Rui Rio, quando comparado com Pedro Passos Coelho.

Antes, o primeiro-ministro afirmou que na própria noite eleitoral tinha enviado a Rui Rio “uma mensagem de felicitações pela sua eleição”, assim como a “desejar-lhe as maiores felicidades na liderança da oposição”. “E espero que, como ele disse, tenha com o Governo uma relação firme, exigente e construtiva ao serviço do país”, declarou o chefe do executivo.

Para António Costa, “é essencial em todas as democracias” que “exista um bom diálogo entre oposição e Governo, cada um, naturalmente, defendendo as suas posições, cada um tendo o seu programa, mas sendo capazes de ter entendimento sobre questões essenciais”.

O antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito, no sábado à noite, presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de dez pontos percentuais em relação a Pedro Santana Lopes.

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que a nova liderança do PSD terá com o actual Governo uma “oposição firme e atenta”, mas “não demagógica ou populista”. 

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