Palavras, expressões e algumas irritações: social-democracia

Na origem do PSD estão três linhas de pensamento: católica-social, social-liberal e tecnocrática-social. Neste sábado, os militantes escolheram, entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio, o seu 18.º líder.

“Ideologia reformista com origem na Alemanha, no final do séc. XIX, que visa pôr em prática, de modo pacífico e democrático, os princípios da justiça e igualdade social, da liberdade e da solidariedade.” Bonita definição.

Neste domingo, já se saberá quem é o novo (!) líder do PSD ou, para quem preferir, PPD-PSD. Descodificando: Partido Popular Democrático-Partido Social-Democrata. Um social-democrata é uma “pessoa partidária da social-democracia. Exemplo certeiro do dicionário para estes dias: “Os sociais-democratas escolheram um novo líder.”

Em Outubro de 2017, Sarsfield Cabral escrevia: “É um mito a ideia de que o PSD era social-democrata e depois se tornou neoliberal.” E recordava: “Nos últimos 43 anos, muitas vezes tive de explicar a estrangeiros, sobretudo jornalistas, que Partido Social-Democrata não queria dizer, em Portugal, que se tratasse de algo semelhante ao Partido Social-Democrata alemão ou a vários partidos socialistas europeus. Tinha de chamar a atenção para que o PSD se poderia classificar de centro-direita e que o partido de centro-esquerda, socialista democrático, era o PS.”

Na página online do partido pode ler-se que foi “fundado em 6 de Maio de 1974, por Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota sob o nome Partido Popular Democrático (PPD)”. Mais: “Foi legalizado em 25 de Janeiro de 1975, passando a designar-se a 3 de Outubro de 1976 Partido Social-Democrata (PSD).”

Na sua origem estão três linhas de pensamento: católica-social, social-liberal e tecnocrática-social. A cor laranja foi adoptada por sugestão de Conceição Monteiro, “uma cor quente e mobilizadora, diferente do vermelho, ideologicamente conotado com o PCP e o PS”. As três setas “representam os valores fundamentais da social-democracia: a liberdade, a igualdade e justiça social e, finalmente, a solidariedade”. Uns dirigentes praticam-nos mais que outros.

Neste sábado, os militantes escolheram, entre Pedro Santana Lopes e Rui Rio, o seu 18.º líder.

A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO

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