Incidentes com drones em 2017 ultrapassam os registados nos últimos cinco anos

Em 2015, a ANAC registou cinco ocorrências. Um ano depois foram 17 e no ano passado houve registo de 37 incidentes.

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O regulamento nacional proíbe o voo de drones a mais de 120 metros Maria João Gala

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) registou 37 incidentes com drones nas proximidades dos aeroportos, desde a entrada em vigor do regulamento, em 13 de Janeiro de 2017, mais do que os verificados nos últimos cinco anos.

O regulamento da ANAC, em vigor há exactamente um ano, proíbe o voo de drones (veículo aéreo não tripulado) a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e de descolagem dos aeroportos.

Em 2013 e 2014 não há registos deste tipo de incidentes, enquanto em 2015 a ANAC recebeu sinalizações de cinco ocorrências, número que mais do que triplicou para 17 em 2016.

Dos 37 incidentes reportados em 2017 – 36 pela aviação civil e um por um avião militar nacional –, a maioria aconteceu nas proximidades dos aeroportos de Lisboa e do Porto, onde estes aparelhos violaram o regulamento e apareceram na vizinhança, nos corredores aéreos de aproximação aos aeroportos ou na fase final de aterragem, a 400, 700, 900 ou a 1200 metros de altitude, de acordo com alguns dos relatos das tripulações.

No ano passado, registaram-se 22 incidentes com drones nas proximidades do Aeroporto de Lisboa, 11 nas proximidades do Aeroporto do Porto, dois perto do Aeródromo de Cascais, um no Aeroporto da Madeira e houve um avião da Força Aérea Portuguesa, um Hércules C-130, que reportou, em Junho, um drone a cerca de 450 metros à vertical de Espinho, distrito de Aveiro, segundo dados a que a agência Lusa teve acesso.

Queixas ao Ministério Público

Na resposta enviada à Lusa, a ANAC diz ainda que ao longo do último ano instaurou 15 processos de contra-ordenação e reencaminhou nove queixas para o Ministério Público. Apesar do regulamento da ANAC, os sucessivos incidentes com drones nas proximidades dos aeroportos nacionais levou o regulador e o Governo a avançarem com legislação específica.

O Governo anunciou na sexta-feira que está em "fase final de elaboração" o decreto-lei que visa estabelecer a obrigatoriedade do registo de drones, impõe um seguro de responsabilidade civil e cria um regime sancionatório.

Apesar disso, tanto ANAC como o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas fazem "um balanço positivo", um ano após a entrada em vigor do regulamento sobre a operação de drones.

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