Vegetarianismo com álibi ocasional para carne e peixe

O livro A cozinha flexi serve 80 receitas para incentivar um "novo estilo de vida", mais saudável mas sem dogmas. No flexitarianismo, o papel principal cabe sempre aos vegetais, mas a carne e o peixe não estão banidos do prato.

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O que é o flexitarianismo? Um nome novo para um estilo de alimentação antigo, com múltiplas receitas pelo globo. No prato, a porção maior é sempre atribuída aos produtos vegetais, mas há espaço para furar ocasionalmente a dieta com pequenas quantidades de peixe ou de carne. Um semivegetarianismo ou vegetarianismo flexível, como também é conhecido, sem fundamentalismos, culpa ou sofrimento. Apenas flexibilidade, para que cada um se possa adaptar a situações excepcionais. Como aquele primeiro jantar em casa dos sogros em que o prato principal é o típico assado no forno. Ou um almoço de trabalho num restaurante “em que a única opção vegetariana é uma triste salada da casa”.

No livro A cozinha flexi, do espanhol Adam Martín Skilton, parte-se destas premissas para traçar um plano alimentar para 21 dias, com o objectivo de criar um “novo estilo de vida”, no qual cabem “todas as vantagens de uma dieta vegetariana”, sem ter de abdicar totalmente do consumo de carne, peixe ou outro tipo de proteína animal. “Ser flexi proporciona-nos um álibi agradável para podermos descontrair um pouco e não termos de transformar a nossa dieta numa religião ou numa nova fonte de dogmatismo”, escreve o jornalista, especialista em saúde e nutrição.

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A ideia é dar um passo atrás e regressar à mesa das bisavós, onde a carne estava reservada aos dias de festa. Mas também dar um passo em frente, com receitas contemporâneas, novos ingredientes e superalimentos. Partindo da opinião da “maior parte dos psicólogos e especialistas em mudanças de conduta”, que consideram que “um hábito não se instaurou até o termos posto em prática durante, pelo menos, 21 dias”, Adam Martín Skilton desenhou um plano alimentar composto por pratos aconselhados para cada refeição (pequeno-almoço, almoço e jantar) ao longo desse período.

As receitas são depois divididas por quatro “categorias”: pequenos-almoços e sobremesas; saladas, cremes e sopas; pratos principais (de frango, legumes ou peixe); e cereais e produtos hortícolas. Na ementa, há, por exemplo, pão de banana, trigo-sarraceno e tâmaras, canja com gnocchi, manjericão e parmesão ou bacalhau marinado à moda de Mireia Anglada.

Ao longo das 82 receitas que compõem o plano alimentar, Adam Martín Skilton introduz ainda pequenas notas sobre os diferentes superalimentos utilizados, como umeboshi, uma variedade japonesa de ameixa. E acrescenta caixas informativas sobre ingredientes menos comuns na gastronomia tradicional ibérica, como tempeh, gomásio, chucrute ou chermoula. Para quem não domina totalmente as artes da cozinha, o livro traz também observações e truques, com dicas para criar variações nas receitas ou praticar técnicas, como confitar ou pelar tomate mais facilmente.

Porque é importante “ser rigoroso” para manter uma alimentação saudável, mas também flexível o suficiente para que esta não se torne “um sofrimento”.

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