Marcelo recebeu pais de crianças adoptadas e prometeu ajudar

“Se o Ministério Público entende que se deve investigar o que se passou, o Estado está a cumprir a sua missão”, sublinhou o Presidente.

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Nuno Ferreira Santos

Alguns dos pais que acusam a Igreja Universal do Reino de Deus de lhes ter tirado os filhos há duas décadas foram recebidos esta sexta-feira pelo Presidente da República, noticiou a TVI24.

Segundo o pai de uma das crianças adoptadas por bispos daquela igreja, Ricardo Campos, o chefe de Estado prometeu contactar a Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia para pedir explicações. "Disse que ia tentar ajudar-nos a resolver as coisas o mais rapidamente possível", referiu esse pai.

Já no Natal Marcelo Rebelo de Sousa tinha comentado o caso, que foi revelado por aquela estação televisiva numa série de dez episódios: “Se o Ministério Público entende que se deve investigar o que se passou para saber se o Estado teve ou não responsabilidade, eu acho que o Estado está a cumprir a sua missão.”

Segundo a investigação jornalística da TVI, são vários os casos de crianças que, depois de terem passado por um lar da IURD em Camarate, foram adoptadas por bispos e pastores, através de processos judiciais irregulares. Como os casos em causa têm duas décadas, é possível que alguns ou mesmo todos tenham prescrito. A estação televisiva assegura que os progenitores nunca deram o seu acordo para as adopções.

Apesar de contestar a investigação jornalística, a IURD congratula-se ao mesmo tempo com a abertura do inquérito judicial para apurar o que se passou, tendo afirmado a sua “total disponibilidade para cooperar com as entidades judiciais em todos os actos que se mostrem necessários à descoberta da verdade”.

Entretanto, soube-se também esta sexta-feira que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, não detectou "circunstâncias menos claras" num destes processos judiciais de entrega das crianças, no qual interveio. A magistrada exerceu funções no Tribunal de Família e de Menores de Lisboa entre 1994 e 2002.

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