A Minha Bela Lavandaria, de Stephen Frears, vai ser uma série de televisão

O filme de 1985, escrito por Hanif Kureishi e interpretado por Gordon Warnecke e Daniel Day-Lewis, contava a história de um jovem paquistanês que, com o namorado punk, geria uma lavandaria em Londres. A adaptação será co-escrita e interpretada pelo cómico de origem paquistanesa Kumail Nanjiani.

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Kumail Nanjiani, aqui com a esposa e colaboradora, Emily V. Gordon, vai escrever e protagonizar a adaptação de A Minha Bela Lavandaria Reuters/DANNY MOLOSHOK

Mais um dia, mais uma notícia de uma adaptação ou continuação de uma obra que já existia antes. Desta feita, é A Minha Bela Lavandaria, o terceiro filme do britânico Stephen Frears e aquele que lhe deu fama internacional. A obra, saída em 1985, tinha Gordon Warnecke e o entretanto reformado da representação Daniel Day-Lewis nos principais papéis e foi originalmente filmada para passar na televisão. Acabou depois por ser lançada nos cinemas. Vai agora voltar ao meio para o qual foi pensada, já que vai ser transformada em série.

A história, originalmente passada na Londres dos anos 1980, foca-se num jovem britânico de origem paquistanesa que começa a gerir uma lavandaria que pertencia ao seu tio. Para trabalhar com ele, convida um antigo amigo punk e ex-fascista, com quem se volta a dar e com quem se envolve romanticamente. O filme tinha argumento do escritor Hanif Kureishi, que também é de origem paquistanesa e inspirou-se nas suas próprias experiências pessoais a lidar com racismo. Trata, portanto, de temas que continuam extremamente actuais.

Kumail Nanjiani, o cómico que faz parte do elenco da série Sillicon Valley, vai escrever e protagonizar desta nova versão de A Minha Bela Lavandaria. Nanjiani, que faz stand-up, nasceu no Paquistão e aos 18 anos emigrou para os Estados Unidos, e é uma estrela em ascensão que se fez notar ainda mais em 2017 ao co-escrever e protagonizar The Big Sick (Amor de Improviso), de Michael Showalter. O filme é uma comédia, assinada também pela sua esposa, a americana Emily V. Gordon, baseada na vida dos dois e em como se conheceram e o choque de culturas que foi a relação e o casamento.

A notícia é da Variety, que esta quarta-feira anunciou que a Super Deluxe, uma produtora que é pertença da Turner Broadcasting, estava a investir em grande em conteúdos televisivos. O que é estranho, já que a Super Deluxe é conhecida por fazer curtos vídeos cómicos para a Internet – Vic Berger, que edita alguns dos piores momentos da administração Trump em vídeo-arte surreal e hilariante, é um dos melhores exemplos disso. Não é uma vontade que nasceu agora: em Dezembro já tinham sido anunciadas duas comédias mais na linha do que a produtora costuma fazer.

Um desses conteúdos é Chambers, uma série sobre uma rapariga que recebe um transplante de coração que vem com muito mistério sobrenatural. Tem produção executiva de Stephen Gaghan, que ganhou um Óscar no ano 2001 pelo guião de Tráfico, de Steven Soderbergh. Já está confirmada que vai para o Netflix. O outro foco da aposta da Super Deluxe é esta tal adaptação, que ainda não tem canal confirmado, muito menos data de estreia. Também terá produção executiva de Gaghan, além do próprio Kureishi, que escreveu o guião original, e Alec Berg, um dos chefes de Sillicon Valley.

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