Costa afirma que abriram 23 USF. Associação garante que foram cinco

Primeiro-ministro é desmentido pela associação que representa as unidades de saúde.

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Associação queixa-se que 2017 foi o pior dos últimos 12 anos LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O primeiro-ministro António Costa afirmou na terça-feira no Parlamento que o Governo abriu 23 Unidades de Saúde Familiar (USF) no último ano, mas as suas declarações foram desmentidas pela associação nacional que representa as Unidades de Saúde Familiar. O presidente da associação nacional garante que apenas abriram cinco unidades em 2017 e ressalva que ainda assim nem sequer são legais, uma vez que carecem da publicação do despacho conjunto dos ministérios das Finanças e da Saúde, escreve o Jornal de Notícias.

Para além das declarações do representante da associação, também a informação publicada no Portal do Serviço Nacional de Saúde pela Comissão Nacional para a Reforma dos Cuidados de Saúde Primários não conta a abertura de nenhuma unidade em 2017, nota o mesmo jornal.

Costa havia afirmado no debate quinzenal, em resposta a uma pergunta colocada pela líder do CDS, Assunção Cristas, que o Governo não cumpriu a meta de 25 novas Unidades de Saúde Familiar, mas garantiu que não estava a zero. "Nada como ter razão e depois pecar por exagero. Não disse que não tínhamos aberto nenhuma; disse que não tínhamos atingido o objectivo das 25 - abrimos 23", garantiu Costa a Cristas.

“Não sei onde o primeiro-ministro foi buscar aquele número, está completamente enganado. Em 2017 abriram cinco USF e estão ilegais porque não há despacho”, afirma João Rodrigues, presidente da associação nacional de USF. Numa carta citada pelo Jornal de Notícias, a associação afirma mesmo que 2017 “foi o pior dos últimos 12 anos”, acusando o Governo de desinvestir nos Cuidados de Saúde Primários. Acrescenta ainda que este desinvestimento desmotiva os profissionais que se esforçaram para alcançar um modelo mais avançado, que disponibiliza médicos de família a mais utentes, por exemplo.

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