Revelar a verdade sobre o Pai Natal a uma criança foi a gota de água para esta funcionária

A lojista, que trabalhava no El Corte Inglés em Tenerife, tinha um historial de faltas disciplinares por má-conduta ao longo dos dez anos de trabalho.

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A funcionária era conhecida por faltar ao respeito a clientes, colegas e chefes PAULO RICCA

Uma vendedora do El Corte Inglés em Tenerife, Espanha, pôs fim à ilusão da existência do Pai Natal a uma menina de sete anos. Apesar de o caso remontar a Dezembro de 2015 e a sentença ter sido divulgada pelo Tribunal Superior de Justicia de Canarias de Santa Cruz de Tenerife em Junho de 2017, a notícia foi divulgada pela imprensa espanhola apenas esta terça-feira. O incidente deu-se quando um casal e a filha passeavam pela loja. A mãe vislumbrou de relance um relógio para futura prenda de Natal e foi nesse momento que a funcionária, Raimunda Delgado, revelou à filha a verdade sobre o Pai Natal, indica o jornal espanhol El País.

De acordo com a sentença divulgada em Junho de 2017, que confirma o despedimento, a vendedora dirigiu-se à menina e disse-lhe para levar o seu pai à zona da perfumaria para que a mãe pudesse comprar o relógio para prenda de Natal, revelando assim que não é o Pai Natal o responsável pelas prendas. Os pais, desolados, pediram explicações ao responsável do departamento que, envergonhado, pediu desculpa em nome da loja.

Poucos dias depois, outro cliente queixou-se da atitude “pouco comercial” da mesma vendedora quando lhe disse que o dia 24 não era um dia para compras e que a tradição em Espanha é a do Dia dos Reis e não do Natal. A situação desagradável levou o cliente a pedir para ser atendido por outra funcionária.

Outro dos incidentes protagonizados por Raimunda prende-se com a sua mudança de departamento. Depois de fazer um embrulho para um cliente, atirou abruptamente as tesouras para o balcão, que caíram e passaram a poucos centímetros do rosto de uma criança pequena, segundo testemunho do cliente.

Estas não foram as únicas faltas disciplinares da vendedora, que apesar de contar com bons números de vendas nos dez anos que esteve no cargo, foi despedida. Uns meses antes do Natal, tinha sido suspensa por 16 dias por várias falhas como a venda de amostras, deixar peças disponíveis sem supervisão, bem como faltas de respeito para com os clientes, colegas e chefes, refere o mesmo jornal.

Na carta de despedimento estão detalhadas cada situação, algumas que violavam o Estatuto dos Trabalhadores e o Acordo Colectivo dos Grandes Armazéns. O tribunal que analisou o caso teve em conta as várias chamadas de atenção e a continuação do mesmo comportamento. A decisão indica que embora cada caso isolado não seja motivo de despedimento, considerados em conjunto revelam uma clara vontade de incumprimento das suas funções bem como uma atitude de má-fé. A empresa, sem poder confiar mais na lojista, não viu outra opção senão avançar com o despedimento.

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