Um Portugal “dobrado sobre si mesmo” vence Prémio FNAC

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Existe, entre mar e montanha, entre Minho e Trás-os-Montes, "uma civilização dobrada sobre si mesma que se depara com o iminente desmantelamento dos pilares que a sustentam". Luís Preto, vencedor da última edição do prémio Talento FNAC Fotografia, anunciado a 8 de Janeiro de 2018, desenvolveu o projecto de longa duração Maciço Antigo explorando a dicotomia entre a estagnação e a mutação no contexto das pequenas povoações rurais portuguesas. O tema era um pouco óbvio para o geógrafo e técnico florestal português. "Nasci em Trás-os-Montes e vivo no Minho há 36 anos", contou ao P3, em entrevista telefónica. "Conheço bem os territórios que percorri e fotografei. Foi através de familiares que residem naqueles locais que pude estender a minha rede de contactos e fotografar mais livremente." A adopção da técnica analógica, motivada pela frequência do Laboratório de Criação e Experimentação em Fotografia (CICLO), no Porto, é recente e diz ter revolucionado a sua abordagem à fotografia. "Passei a ter um sentido crítico mais apurado sobre o meu trabalho e comecei a fotografar menos, mas ao longo de mais tempo e de forma mais cuidada." Recebeu o Prémio FNAC Fotografia com surpresa. "Quero aproveitar todas as oportunidades que possam surgir a partir deste destaque. Gostaria de publicar um fotolivro com as imagens do projecto e vou tentar reunir apoios que tornem esse objectivo possível." Inês Condeço, directora de comunicação da FNAC, diz ter sido da maior relevância na decisão da atribuição deste prémio o facto deste portefólio ser "dedicado ao mundo rural português", salientando a "capacidade narrativa de excelência" do vencedor.