Cofaco despede mais de 180 trabalhadores na Madalena do Pico

Conserveira decidiu abandonar produção na ilha açoriana até ter nova fábrica. Trabalhadores, na maioria mulheres, não foram avisados antes do Natal

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Fábrica da Madalena do Pico emprega maioritariamente mulheres AC

A administração da conserveira Cofaco informou esta terça-feira, 9 de Janeiro, que vai proceder ao "despedimento colectivo" dos 180 trabalhadores da empresa, quadros na ilha do Pico, indicou à agência Lusa um representante sindical.

À margem de uma cerimónia esta manhã em Ponta Delgada, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, confirmou estar a acompanhar a situação na empresa, embora tenha indicado que em causa estão 167 trabalhadores e não 180.

De acordo com Sérgio Gonçalves, representante do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores, o conselho de administração reuniu-se com os cerca de 180 trabalhadores da fábrica esta manhã para os informar de que todos seriam despedidos com direito a "indemnização e fundo de desemprego", deixando a Cofaco de laborar naquela ilha à até construção de uma nova fábrica.

"Serão pagas as indemnizações e vamos todos para casa com uma promessa verbal de que quando a obra estiver concluída, entre 18 meses e dois anos, nos chamariam de novo para vir trabalhar. Ficamos na expectativa. Como o ditado diz, 'palavras, leva-as o vento', mas vamos esperar que estas o vento não leve", afirmou Sérgio Gonçalves.

A fábrica Cofaco, no concelho da Madalena, na ilha do Pico, vai manter os trabalhadores até Abril, altura em que arrancam as obras para a construção da nova unidade industrial.

"Queremos acreditar que iremos ser admitidos após dois anos, mas tememos muito pela nossa situação", admitiu o sindicalista.

A conserveira está sem laborar desde o dia 14 de Dezembro de 2017, altura em que os trabalhadores - na sua maioria mulheres - foram "para as férias do Natal" e sem qualquer informação acerca de qual seria a solução para a sua situação.

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